Brasil tem melhor semestre da história em turismo internacional e COP30 deve ampliar ainda mais os números
Com apoio do Ministério do Turismo, país atrai mais de 5,3 milhões de estrangeiros no primeiro semestre de 2025; expectativa é de crescimento maior com a realização da COP30 em Belém

O turismo internacional no Brasil registrou, entre janeiro e junho de 2025, seu melhor desempenho da história para um primeiro semestre. Foram 5.332.111 turistas estrangeiros desembarcando no país, um aumento de 48,2% em relação ao mesmo período do ano passado. O número representa 77,3% da meta anual prevista no Plano Nacional de Turismo 2024-2027 — e, se mantido o ritmo, o país deve ultrapassar já em 2025 a meta total de 8,1 milhões de visitantes, inicialmente prevista para 2027.
A movimentação foi celebrada pelo Ministério do Turismo, comandado por Celso Sabino, que tem articulado ações integradas com a Embratur e o setor privado para fortalecer a imagem do Brasil no exterior. Segundo o ministro, os resultados são consequência de investimentos em infraestrutura, ampliação da malha aérea, capacitação de profissionais e estratégias de promoção internacional.
A liderança nos números segue com a Argentina, com mais de 2,3 milhões de turistas no semestre, seguida por Chile (442 mil) e Estados Unidos (410 mil). A Embratur reforça que a estratégia do Plano Brasis, voltada à diversificação e à sustentabilidade do turismo, tem reposicionado o Brasil como destino global relevante, valorizando a pluralidade cultural e natural do país.
Belém no foco mundial com a COP30
A expectativa é que o segundo semestre de 2025 seja ainda mais expressivo, impulsionado pela realização da COP30, a Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas, em Belém. O evento já vem colocando a capital paraense sob os holofotes internacionais, com projeção de atrair dezenas de milhares de visitantes e delegações de quase 200 países.
Além da visibilidade global, a COP30 tem despertado reação política e regional. Belém passou a ser alvo de críticas, em parte motivadas pela polarização nacional entre direita e esquerda, mas também por rivalidades históricas com Manaus — onde o desconforto tem sido mais de ordem simbólica: pela primeira vez em décadas, o Pará assume o protagonismo amazônico em nível internacional, à frente da Zona Franca de Manaus.
Enquanto Manaus mantém sua base econômica industrial com incentivos fiscais federais, Belém aposta em comércio, serviços e turismo como motores da economia. Em um cenário em que não há indústria de grande porte na capital paraense, o setor de turismo desponta como alternativa estratégica para geração de renda e empregos — o que torna eventos como a COP30 ainda mais relevantes para o futuro econômico da cidade.
O presidente da Embratur, Marcelo Freixo, destacou que o turismo tem deixado de ser uma promessa e se transformado em uma indústria limpa e sustentável, que já movimenta investimentos e cria oportunidades em todo o país.
“O turismo tem se tornado essa indústria limpa, que desenvolve nosso país com sustentabilidade, dando oportunidades em todas as regiões, nas grandes, médias e pequenas cidades”, afirmou.