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Biden visita Amazônia em meio à maior seca já registrada no rio Negro

Presidente dos EUA sobrevoará Manaus e se reunirá com lideranças indígenas, mas cenário de emergência climática desafia ações globais

O presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, encontrará uma Amazônia marcada por uma crise climática sem precedentes durante sua visita no próximo domingo (17). O sobrevoo por Manaus e a ida ao Museu da Amazônia (Musa) acontecem em um momento crítico, com o rio Negro registrando os níveis mais baixos de sua história e comunidades enfrentando os impactos de uma seca extrema.

A emergência climática é agravada por fatores como o prolongamento do fenômeno El Niño, o aquecimento do Atlântico Tropical Norte, o desmatamento e o uso do fogo na floresta. Dados da Defesa Civil do Amazonas mostram que todos os 62 municípios do estado estão em alerta, com 850 mil pessoas afetadas pela estiagem, que ainda isola comunidades e dificulta a navegação, principal meio de transporte na região.

De acordo com o Serviço Geológico do Brasil (SGB), o nível do rio Negro em Manaus estava em 13,09 metros na última quinta-feira (14), muito abaixo da média histórica para o período. Relatórios indicam que o retorno à normalidade deve ser lento, com impactos da seca se prolongando até janeiro de 2025.

Encontro limitado com a realidade

A agenda de Biden inclui uma reunião com lideranças indígenas e cientistas no Musa, um espaço verde que ocupa parte da reserva florestal Adolpho Ducke. Apesar de ser um ponto turístico importante, o local não reflete os desafios enfrentados pelas populações ribeirinhas, que lidam com ondas de fumaça, falta de água e dificuldades econômicas causadas pela estiagem prolongada.

Nos primeiros 14 dias de novembro, foram registrados 399 focos de calor no Amazonas, somando mais de 25 mil queimadas em 2024 – um aumento de 31,5% em relação ao ano anterior. Manaus e cidades próximas enfrentaram sucessivas ondas de fumaça, que também atingiram comunidades ribeirinhas e tradicionais, expondo os moradores a condições de saúde ainda mais precárias.

Responsabilidade compartilhada

Os Estados Unidos, segundo maior emissor mundial de gases de efeito estufa, têm papel central nas mudanças climáticas que afetam a Amazônia. A visita de Biden ocorre no contexto da cúpula do G20 no Rio de Janeiro, onde o Brasil busca reforçar sua posição como liderança ambiental global.

Entretanto, a crise amazônica expõe a urgência de medidas mais eficazes e sustentáveis para preservar o bioma e apoiar as comunidades locais. O cenário atual serve como um alerta global para a necessidade de ações concretas que contemplem tanto a preservação ambiental quanto o desenvolvimento sustentável.

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