
Bia Caminha, do PT, é a vereadora mais jovem eleita para a Câmara Municipal de Belém, este ano. Aos 21 anos, ela obteve 4.874 votos e define a campanha nas eleições 2020 como “um processo coletivo de juventude, de romper silêncios”.
Estudante de Arquitetura e Urbanismo na UFPA, vice-presidente do PT, bissexual e feminista, Bia afirma que é central pensar a cidade, o saneamento básico, a moradia e que as políticas públicas tenham como ponto de partida as desigualdades, principalmente as de gênero e de raça.
“A gente tem que trabalhar sempre com esse olhar interseccional, olhando gênero, raça, classe, sexualidade”, anuncia.
Votação – Sobre o resultado das urnas, Bia afirmou que foi uma sensação “de que muita coisa boa vem pela frente, de muita esperança”, e diz que construiu a campanha com jovens, jovens negros, jovens da periferia, mulheres, pessoas LGBTQIA+. “A campanha foi feita com a garra de quem queria mudar e por quem sentia na própria pele porque a gente precisava de mudança, então [o resultado] é muito positivo”, contou.
Ela disse que a expectativa é poder trabalhar ao lado de outras mulheres negras que foram eleitas em Belém. “Que a gente consiga defender nossas bandeiras prioritárias, que são os direitos de existir e o direito à cidade. A gente vem aí para a revisão do Plano Diretor que é central na nossa cidade, porque define muito da vida das pessoas, e com certeza nossa presença, qualificada, tem muito interesse em defender a cidade”.
Mulheres – Bia Caminha é uma das seis mulheres eleitas para ocupar os 35 cargos na Câmara Municipal de Belém, em 2020. Em relação à representação feminina na política, ela aponta duas importâncias.
“Uma importância é de a gente se enxergar na política e nos espaços institucionais, saber que nós, mulheres, podemos sim ocupar muitos desses espaços. A outra é ter mulheres pensando as políticas públicas pensando a partir das mulheres, em todos os âmbitos”.
A vereadora eleita citou a professora e filósofa socialista estadunidense, Angela Davis, dizendo que “quando a mulher negra se movimenta, toda a estrutura da sociedade se movimenta com ela”.
“Todas as estruturas de opressão têm como base as mulheres negras, então isso já é um primeiro passo para a gente conseguir empoderar as meninas negras, conseguir se ver nos espaços de representação, e também pensar cada política a partir das mulheres negras. Isso é fundamental!”
Fonte: G1 Pará