O fenômeno dos “nepo babies” tem ganhado atenção na política paraense, onde o poder e a influência muitas vezes parecem passar de uma geração para outra como uma herança. O termo, originário da junção das palavras “nepotism” (nepotismo) e “baby” (filho), descreve figuras que se beneficiam da fama e do prestígio dos parentes para avançar em suas carreiras, especialmente no cenário político.
No Pará, um dos casos mais famoso de “nepo babies” é a família Barbalho. A influência política dessa família remonta aos anos 60, quando Jader Barbalho, hoje senador, iniciou sua trajetória política. Desde então, o sobrenome Barbalho se tornou sinônimo de poder no estado. Os filhos de Jader, Helder Barbalho, atual governador do Pará, e Jader Filho, Ministro das Cidades, seguiram os passos do pai, consolidando-se como figuras de destaque na política brasileira. A ex-esposa de Jader, Elcione Barbalho, também é uma veterana na política, ocupando uma cadeira na Câmara dos Deputados. O primo de Helder, Priante, já possui uma carreira estabelecida na Câmara, e agora Helder busca emplacar outro primo, Igor Normando, como prefeito de Belém, reforçando a perpetuação do poder familiar.
O fenômeno dos “nepo babies” não se restringe apenas à família Barbalho. Rogério Barra, filho do deputado federal Éder Mauro, é outro exemplo de como o capital político de um sobrenome pode catapultar uma carreira. Rogério foi eleito deputado estadual em sua primeira tentativa, sendo um dos mais votados do estado. Agora, sua esposa integra a chapa de Éder Mauro como candidata a vice-prefeita de Belém.
Gustavo Sefer, filho do ex-deputado Luiz Sefer, também segue o caminho trilhado pelo pai na política paraense. Enquanto isso, no interior do estado, Thiago Miranda, filho do prefeito de Marabá Tião Miranda, embora não tenha conseguido uma vaga na Assembleia Legislativa do Pará, atualmente ocupa um cargo importante como titular da Fundação Cultural do Pará. Em Castanhal, a deputada estadual Paula Titan, filha do atual prefeito Paulo Titan, também exemplifica como a política pode se tornar um negócio de família.
