O presidente Lula convocou uma reunião de emergência na manhã desta segunda-feira, no Palácio da Alvorada, para discutir a crise diplomática entre Brasil e Israel. O encontro foi motivado pela repercussão das declarações feitas por Lula em entrevista recente, comparando as mortes de civis palestinos na Faixa de Gaza ao Holocausto.
Na reunião, que conta com a presença do ex-chanceler Celso Amorim e do ministro da Secretaria de Comunicação Social (Secom), Paulo Pimenta, são discutidas as possíveis medidas a serem tomadas para contornar a situação e evitar um agravamento das tensões entre os dois países.
A crise teve início após a declaração de Lula, que ocorreu durante uma entrevista concedida a jornalistas no domingo (18/2), na Etiópia, onde o presidente participava da cúpula da União Africana. As palavras de Lula foram duramente criticadas pelo governo de Israel, com o primeiro-ministro Benjamin Netanyahu classificando-as como “vergonhosas e graves” e afirmando que o presidente brasileiro “cruzou a linha vermelha”.
Além das críticas públicas, o chanceler de Israel convocou o embaixador brasileiro no país para pedir explicações sobre a posição do governo brasileiro. Após o encontro, o representante israelense declarou que Lula é considerado “persona non grata” em Israel até que se retrate de suas declarações.
Diante da gravidade da situação, Lula retornou a Brasília na madrugada desta segunda-feira, embora não tenha nenhuma agenda oficial prevista para o dia.