O presidente da Áustria, Alexander Van der Bellen, não participará da COP30, marcada para 2025 em Belém, devido aos custos elevados da viagem. A informação foi divulgada pela emissora pública austríaca ORF. Segundo nota oficial, os valores logísticos para a presença do chefe de Estado e de sua delegação superaram o orçamento da Chancelaria Presidencial.
No comunicado, Van der Bellen reconheceu a importância da conferência para o debate climático global e destacou o significado do evento ocorrer na Amazônia. Apesar disso, afirmou que a participação da comitiva presidencial não seria possível dentro das limitações financeiras previstas.
Com a desistência do presidente, a Áustria será representada pelo ministro do Meio Ambiente, Norbert Totschnig.
Além do caso austríaco, outros países também avaliam a possibilidade de não comparecer ao evento por causa dos altos preços de hospedagem e alimentação em Belém. A situação afeta especialmente nações com recursos limitados, como as que integram o grupo dos Países Menos Desenvolvidos (LDC, na sigla em inglês).
Esses países contam com um orçamento diário de cerca de US$ 143 para cobrir despesas de hospedagem e alimentação, conforme diretrizes da Organização das Nações Unidas (ONU). Com a elevação dos preços na capital paraense, representantes dessas nações afirmam que a presença pode ser inviabilizada.
Na última semana, o escritório climático da ONU convocou uma reunião de emergência para tratar do tema. O debate foi motivado por uma carta assinada por representantes de 25 países, incluindo o bloco LDC, que reúne 44 nações em desenvolvimento como Tuvalu, Libéria, Angola e Gâmbia.
O presidente da COP30, André Corrêa do Lago, admitiu que os custos representam um obstáculo para a presença desses países e alertou que a ausência das nações mais vulneráveis pode comprometer a legitimidade da conferência. Ele defendeu que sejam encontradas soluções para garantir a participação de todos os países membros.
Negociações com a rede hoteleira local têm sido conduzidas há meses pelo governo federal, mas ainda não houve um acordo efetivo que reduza os preços das acomodações em Belém durante o evento.
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