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Prefeito de Parauapebas é acusado de intolerância por fala sobre religiões afro-brasileiras

Falas feitas durante sessão na Câmara repercutem entre entidades religiosas, sociedade civil e parlamentares, que apontam intolerância e cobram retratação

O prefeito de Parauapebas, Aurélio Goiano (Avante), foi criticado por declarações feitas durante uma sessão solene na Câmara Municipal, no último dia 11 de junho, em comemoração ao Dia Municipal do Evangélico. O discurso, que circula nas redes sociais, gerou reações de entidades religiosas, movimentos civis e parlamentares, que apontam intolerância contra religiões de matriz africana.

Durante a fala, o prefeito declarou que, caso seguidores dessas religiões busquem apoio da prefeitura, seriam recebidos por um pastor da Coordenação de Assuntos Religiosos, que os alertaria sobre “não irem para o inferno”. Ele também afirmou não acreditar em nenhuma outra crença além do cristianismo e se referiu ao coordenador de Assuntos Religiosos como “matador de demônios”.

A Câmara Municipal de Parauapebas publicou, no domingo (15), uma nota oficial de repúdio às declarações do prefeito. O documento foi assinado pelo presidente da Casa, vereador Anderson Moratorio (PRD), e pelos membros da Comissão de Direitos Humanos — Tito do MST (PT), Érica Ribeiro (PSDB) e Sadisvan Pereira (PRD).

Na nota, os parlamentares classificaram o discurso como incompatível com as obrigações constitucionais de agentes públicos e afirmaram que ele reforça a estigmatização histórica das religiões de matriz africana no país. A Câmara pediu uma manifestação pública de retratação por parte do prefeito.

A Federação Espírita Umbandista dos Cultos Afros Brasileiros do Estado do Pará (FEUCABEP) também se pronunciou, denunciando o ocorrido como caso de racismo religioso. A entidade solicitou responsabilização de Aurélio Goiano e do coordenador de Assuntos Religiosos do município.

Até o momento da publicação desta matéria, o prefeito não se manifestou oficialmente sobre o caso.

A Câmara encerrou a nota reafirmando o compromisso com os direitos humanos, a liberdade religiosa e a promoção de uma sociedade democrática e plural.

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