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Por reajuste salarial, jornalistas da Folha, Globo e Estadão param

Ao menos 300 jornalistas de Folha de S.Paulo, Globo, Valor, Agora e Estado de S. Paulo cruzaram os braços para pedir recomposição do salário pela inflação do ano. Os profissionais de imprensa fizeram paralisação de duas horas, das 16h às 18h, desta quarta-feira (10/11), para pedir 8,9% de reajuste em todas as faixas salariais.

Esta é a primeira vez em décadas que centenas de jornalistas param o trabalho para protestar. A principal reclamação é que a negociação para repor a inflação dura desde maio, sem desfecho.

Os jornalistas da Folha, na sucursal de Brasília, aderiram em grande parte ao movimento, os do Globo também protestaram. Todos fizeram tuitaço com as seguintes tags: #jornalistassalvamvidas #jornalistasvãoparar.

Os profissionais de outros estados e do DF que aderiram ao protesto de São Paulo o fizeram porque a Convenção Coletiva fechada com as empresas sediadas em SP vale também para as sucursais.

As tags chegaram a ser o quarto assunto mais comentado do Twitter. O Sindicato dos Jornalistas de São Paulo classificou o dia como “histórico”.

O presidente do Sindicato dos Jornalistas de São Paulo, Thiago Tanji, lembrou que a categoria foi essencial durante a pandemia e é primordial para o exercício da democracia.

“Nossa categoria trouxe informações essenciais, que ajudaram a amenizar esse momento. Recebemos ataques, ameaças nas ruas. Ano passado, boa parte das redações teve redução de salário, sem redução de jornada. Hoje, com essa inflação altíssima, nosso poder de compra vai sendo deteriorado a cada dia”, afirmou.

egundo ele, os jornalistas pedem há cinco meses para não perderem o poder de compra, mas não são ouvidos. “Queremos dignidade”, disse.

Jornalistas do Globo escreveram carta sobre o pleito para suas diretorias. Leia o documento na íntegra.

Negociação

Em conversas desde maio com o Sindicato dos Jornalistas, as empresas fizeram novas propostas na última segunda-feira (8/11). No entanto, não garantiram a reposição da inflação, que deve fechar 2021 em 10,25%, para maior parte da categoria. Durante a mesa de negociação, os patrões ofereceram três faixas de reajuste e a volta da multa da PLR (Participação nos Lucros Reais) reajustada em 8,9%.

Para os salários de até R$ 5 mil, o reajuste seria pela inflação – de junho – (8,9%), sendo 5% retroativo à data-base em junho e a diferença em janeiro. Já os salários entre R$ 6 mil e R$ 7 mil teriam reajuste de 6% em duas parcelas, sendo 5% em junho e a diferença em janeiro. Os salários superiores a R$ 7 mil receberiam aumento fixo de R$ 420, sendo R$ 350 retroativo a junho e a diferença em janeiro.

O pagamento das diferenças seria feito por meio de duas parcelas: em novembro e dezembro. Os jornalistas não aceitaram.

Com informações Metrópoles

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