A Polícia Federal (PF) concluiu nesta quinta-feira (21) o inquérito que investiga a tentativa de golpe de Estado no Brasil após as eleições de 2022 e indiciou o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e mais 36 pessoas, incluindo militares e ex-ministros de Estado. O relatório final foi enviado ao Supremo Tribunal Federal (STF).
Entre os indiciados estão nomes como Anderson Torres (ex-ministro da Justiça), general Augusto Heleno (ex-ministro do GSI), Walter Braga Netto (ex-ministro da Defesa), além do deputado Alexandre Ramagem (PL-RJ) e do ex-ajudante de ordens de Bolsonaro, Mauro Cid, que colaborou com as investigações como delator.
Os crimes investigados incluem:
- Abolição violenta do Estado Democrático de Direito;
- Golpe de Estado;
- Organização criminosa.
Plano de assassinato e conspiração golpista
Entre os fatos apurados estão os atos de 8 de janeiro de 2023, as articulações golpistas durante o período eleitoral e um suposto plano de assassinato que visava impedir a posse do presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva (PT), do vice-presidente Geraldo Alckmin (PSB) e do ministro Alexandre de Moraes, do STF.
De acordo com a PF, a organização criminosa, composta em grande parte por militares das Forças Especiais, teria planejado os assassinatos para o dia 15 de dezembro de 2022. Além disso, monitorava Moraes continuamente e previa instituir um “Gabinete Institucional de Gestão de Crise” para gerir as consequências das ações.
Relembre os atos de 8 de janeiro
Em 8 de janeiro de 2023, apoiadores de Bolsonaro invadiram e depredaram as sedes dos Três Poderes em Brasília, em protesto contra o resultado das eleições. Mais de 1.800 pessoas foram detidas, e as investigações identificaram financiadores e articuladores das ações.
Bolsonaro passou a ser investigado após evidências de que teria incentivado discursos golpistas. O STF aceitou denúncias contra centenas de envolvidos, muitos já condenados pelos crimes cometidos naquele dia.
A conclusão da PF reforça a gravidade dos eventos e amplia o cerco judicial contra os envolvidos em conspirações contra o Estado Democrático de Direito.