Polícia de São Paulo investiga professor que mandou foto nu ‘por engano’ a alunos do 7º ano
A Secretaria de Educação do Estado de São Paulo apura a conduta de um professor de uma escola estadual de Campinas (SP) que mandou uma foto nu para um grupo de alunos do 7º ano do Ensino Fundamental. O caso aconteceu na quinta-feira, 15, e o docente será afastado até o esclarecimento do caso.
Os pais das crianças estão indignados, alegando que os filhos estão “em choque”. O homem afirma que enviou a foto por engano “ao grupo errado”.
A mãe de uma aluna, que pediu para não ser identificada, contou ao UOL que a filha, que estuda na Escola Estadual Gustavo Marcondes, no bairro Taquaral, foi surpreendida ao ver no grupo mensagens consideradas ‘estranhas’ do professor de artes.
Pelado – O docente A. G. enviou, às 7h45, três mensagens fazendo referências ao naturismo (prática em que as pessoas ficam nuas), e na sequência uma foto em que aparece nu segurando um copo de achocolatado com a frase “bom dia, pelados. Com achocolatado gelado e corpo pelado. Ótimo dia de chuva a todos. Beijos, pelados”.
“Minha filha veio correndo falar comigo e mostrou a foto. Ela ficou sem reação, com muita vergonha. Eu peguei o celular dela e saí do grupo na hora”, disse a mãe. Outros alunos também tomaram a mesma atitude.
Um boletim de ocorrência foi registrado na 1ª Delegacia de Defesa da Mulher de Campinas por uma outra mãe. O docente é investigado por divulgar fotos e vídeos contendo pornografia envolvendo criança ou adolescente (artigo 241-A do Estatuto da Criança e do Adolescente).
Naturismo – A. G. disse, em uma nota enviada à imprensa, que pratica naturismo há aproximadamente 15 anos e que enviou a mensagem para o grupo errado. Ele contou que avisou a coordenação da escola assim que percebeu o que tinha acontecido e finalizou propondo um debate sobre a situação.
“Nada ocorre de maneira aleatória. Na arte, sempre existiu o nu. Artistas, vários, já postaram fotos. Existem programas com nu na TV. E ainda assim, existe um preconceito generalizado sobre o tema, assim como contra mulheres, raça, religião. Assim, quem sabe, não possamos tentar minimizar essa história. Apenas cometi um erro que até pode servir para uma discussão sobre o tema”, argumentou.
Em nota, a Secretaria de Educação confirmou que vai abrir processo disciplinar para apurar o caso. “A Diretoria Regional de Ensino informa que assim que tomou conhecimento do caso, abriu um processo de apuração e o docente será afastado de sua função. A DRE está à disposição dos pais e responsáveis pelos alunos para quaisquer esclarecimentos”, informou.
“Claro que erros podem acontecer, quem nunca mandou uma mensagem por engano? Mas, acho que tem que ter atenção para essas coisas, ainda mais com algo tão delicado. O WhatsApp permite deletar para todos alguma imagem ou algo do tipo, ele poderia ter feito isso”, ponderou a mãe.
Projeto – Em setembro do ano passado, a Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) do Senado aprovou um projeto que regulamenta o naturismo. A proposta criou regras e definiu a prática como um “conjunto de ações de vida ao ar livre e uma forma de desenvolvimento da saúde física e mental, em contato com a natureza”.
Fonte: UOL