OnlyFans, rede social de entretenimento ou de pornografia indiscriminada?
O Parawebnews conversou com o psicólogo Nelcy Colares sobre o consumo indiscriminado de pornografia
Quem navega diariamente pela rede mundial de computadores já deve ter se deparado com alguém atraente que promete conteúdo mais ousado, vídeos e fotos, através de pagamento na rede social OnlyFans.
Quando foi criada, em 2011, a rede social tinha como maior objetivo atrair influencers, assim proporcionando que monetizassem seus conteúdos por meio da plataforma.
Aos poucos, a plataforma com mais de 12 milhões de usuários e que a cada dia se torna mais popular entre os brasileiros, como permite que os assinantes paguem para ter acesso a conteúdos exclusivos, passou a ser utilizada, em quase sua totalidade, para divulgação e comercialização de conteúdo adulto.
Em uma tradução livre, “somente para fãs”, não se encaixa propriamente em prostituição, uma vez que não há contato físico entre os donos do canais e os assinantes, mas apenas acesso e envio de vídeos e fotos.
Normalmente se paga para ter acesso a determinado conteúdo adulto, mas isso irá depender muito do objetivo do produtor que vai do exibicionismo, à promoção e até descolar uma grana extra.
O Portal Parawebnews conversou com o psicólogo, Nelcy Colares, sobre o consumo imoderado de pornografia e seus reflexos no mundo contemporâneo e nos relacionamentos.
Parawebnews: “Qual o impacto do consumo contínuo de pornografia em um indivíduo?”
Nelcy Clares: “O uso frequente da pornografia, em quanto não se torna compulsão, um comportamento adictivo, não tem grande problema. A pessoa pode passar algum tempo sem consumir sem prejuízo à vida financeira e afetiva do indivíduo. É normal”.
Parawebnews? “Quando esta prática pode se tornar preocupante?”.
Nelcy Clares: “Bem, então, quando o sujeito passa a ter prejuízos em sua vida diária, sejam financeiros, físicos, e afetivos. Por exemplo, se atrasar para ir ao trabalho porque se condicionou a não conseguir fazer outras coisas da vida diária sem se masturbar, ou entrar em um site pornô”.
Parawebnews: ” Qual a influência do consumo de pornografia nos relacionamentos afetivos?”.
Nelcy Clares: ” A pessoa pode perder o interesse no parceiro ou em outras pessoas, ele começa a optar pela masturbação e a trocar a realidade pela fantasia. A pessoa para ter tesão passa a exigir do parceiro coisas mais fabulosas. Como fica mais difícil a excitação, a realidade passa a ser insatisfatória, isso pode prejudicar as relações afetivas reais”.
Nelcy é psicólogo clínico pós graduado em dependência química pela PUC Minas.