REGIONAL

O indígena Munduruku que “peitou” Helder Barbalho em Itaituba

A historia dos índios Munduruku diz que eles eram grandes guerreiros, considerados umas das tribos mais poderosas do Brasil e tornaram-se conhecidos também por serem “cortadores de cabeça” dos inimigos.

Hoje o termo “cortadores de cabeça” tem outro significado para os indígenas Munduruku. Vivendo em uma área altamente pressionada por garimpos e o desmatamento para extração de madeira e para implantação de pastos, para os indígenas hoje ‘cortar a cabeça’ dos inimigos só por meio da palavra e do diálogo. Sem o uso da violência dos seus antepassados.

Como cidadãos brasileiros, hoje eles buscam seus direitos por saúde, educação e autopreservação linguística, social e cultural.

Nesse sentido que aparece Karo Munduruku, liderança indígena de Itaituba, no Sudoeste do Pará, em busca desses direitos para seu povo. Na semana que Helder inaugurou o Hospital Regional do Tapajós (HRT) em meio aos protestos de moradores locais, Karo Munduruku teve um papel importante na pressão popular contra o governador.

Karo já tinha divulgado um vídeo onde criticava o governador Helder Barbalho e os sucessivos atrasos na entrega e funcionamento do HRT: “Até quando vai continuar essa novela da inauguração?”, questionou.

“O oeste também é Pará e o governo tem governado para Belém e região metropolitana. Isso está errado! Se for falar de economia, a região tem ajudado há bastante tempo no desenvolvimento econômico do estado”, cobrou.

Vai resistir ou vai oprimir? Diz a legenda em seu Twitter. Karo é o primeiro indígena do Curso de Ciências Biológicas da Universidade Federal do Pará (UFOPA).

Ele esteve no protesto ontem na porta do HRT no momento em que Helder inaugurava o hospital sem sua capacidade total de funcionamento.

“O carinho que a população recebe enquanto grita por uma saúde de qualidade pra atender a região de Itaituba PA. Parabéns @helderbarbalho“, ironizou Helder Barbalho.

E continuou:

Você pode revirar as redes sociais dos principais políticos da esquerda paraense, você não vai encontrar nada ou quase nada de críticas e cobranças contra o governo Helder Barbalho. Alguns nem escondem mais que são Barbalhistas e fazem defesa do governo mesmo nos momentos mais delicados para Helder.

Esses mesmos políticos usam a causa indígena como plataforma política, mas em momentos como esse em Itaituba, preferem ficar ao lado de quem tem o “capital”.

É mais fácil fingir que nada acontece para não perder a mamata.

Karo mostra que ainda há pequenos pontos de resistência, à esquerda, que não se renderam para a família Barbalho. Um ensinamento a Edmilson Rodrigues, Ursula Vidal, Paulo Rocha e tantos outros nomes da esquerda paraense.

Etiquetas

Artigos relacionados

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Botão Voltar ao topo
Fechar