Coluna

O FIM DO PAPAI NOEL

Por Bernardino Greco

Progressistas inseridos nos mais diversos contextos culturais têm mostrado o seu ativismo. No cinema tem havido a releitura de diversas obras ou a simples mudança nas características de personagens consagrados. Nas histórias em quadrinhos, o super-homem agora possui um filho homossexual. O assunto foi objeto de crítica por um conhecido jogador de vôlei e, com a militância do cancelamento esperneando, o atleta perdeu o emprego no clube e a vaga na seleção brasileira. No cinema, houve forte especulação sobre quem substituirá Daniel Craig no papel do agente mais famoso do mundo: 007. Como uma espécie de “balão de ensaio”, falou-se que seria uma mulher negra. Ora! 007 sempre foi o código de James Bond, personagem icônico das telonas. Bonito, charmoso, mulherengo, inteligente e bom de briga. Como substituí-lo por uma mulher? A detentora dos direitos sobre o personagem de Iam Fleming manifestou-se contrária a qualquer modificação. A reação do público nas redes sociais também foi negativa.

Agora o ativismo elegeu um personagem também da ficção, mas não das histórias em quadrinhos ou mesmo do cinema. Na Noruega, resolveram celebrar os 50 anos do fim da proibição à união entre pessoas do mesmo sexo, com a gravação de um vídeo em que Papai Noel chega a sua casa e dá um beijo em seu companheiro. Isso mesmo! O bom velhinho que faz a alegria de muitas crianças e adultos no Natal há centenas de anos foi introduzido na guerra de costumes que acompanhamos ou participamos nos últimos anos.

Como ocorreu nos episódios anteriores, o vídeo irritou muita gente e, obviamente, haverá reação. Já dá pra imaginar imagens de Papai e Mamãe Noel de diversas formas; ou mesmo Papai Noel armado com fuzil, tudo isso com dizeres que, direta ou indiretamente, servirão como resposta ao que, certamente, foi recebido como provocação.

Quem perde com isso? Todos nós, evidentemente.

O sentido religioso do Natal, que vem sendo perdido há muitos anos, agora recebe mais esse duro golpe.

Não é nenhum absurdo presumir que, como efeitos dessa guerra, tenhamos o fim do Papai Noel ou que em determinadas casas a festa de Natal seja animada por um personagem alternativo que entregue ou sorteie presentes, com direito a show e piadinhas de péssimo gosto.

Bernardino Greco é advogado, fundador e vice-presidente do Instituto Liberal do Pará. Veja mais em: https://linktr.ee/bernardinogreco

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