Novo manto de Nossa Senhora de Nazaré foi apresentado na quinta-feira, 6

O novo manto que passa a vestir a Imagem Peregrina de Nossa Senhora de Nazaré nas procissões do Círio 2022 foi apresentado na noite de quinta-feira, dia 6, na Basílica Santuário de Nazaré, após a missa das 18h.

Em 2022 o manto foi desenhado pela ilustradora Aline Folha e confeccionado pela estilista Stela Rocha, que iniciaram os trabalhos ainda em março. Os responsáveis pelo manto, estilista e designer, são sempre escolhidos pelo casal coordenador da Festa de Nazaré. O Diretor Coordenador, Antônio Salame, e sua esposa, Silvia Salame, e o Arcebispo Dom Alberto Taveira, foram os únicos a acompanhar o processo de criação, sempre restrito e sigiloso, a fim de preservar a tradição. Os recursos financeiros necessários advêm sempre da doação voluntária e anônima de um casal devoto de Nossa Senhora de Nazaré.

Conheça os detalhes do manto e o ele significa, na descrição de arcebispo metropolitano de Belém D. Alberto Taveira.

“Maria, Mãe e Mestra”. Com este tema, desejamos realizar e viver o Círio de Nazaré do ano de 2022. A Virgem de Nazaré esteve conosco no escondimento dos dois anos mais exigentes da pandemia que assolou o mundo. Com Maria percorremos estações marcadas pelo anúncio e a presença da dor e de muitos sofrimentos. Ela não nos abandonou e continuou presente, com seu manto protetor de amor, exemplo e intercessão! E nós continuamos fiéis às raízes de nossa fé cristã, com a marca profundamente mariana de nossa devoção a Nossa Senhora de Nazaré.

Mais uma vez queremos oferecer o Círio ao Povo de Deus e a todas as pessoas que desejam beber na fonte da vida cristã católica a água pura que nasce do Cristo em sua Morte e Ressurreição. Cabe a nós realizar o Círio, acontecimento da Igreja Católica na Arquidiocese de Belém, fazendo dele nossa mensagem de boas-vindas a todos os que tiverem o coração aberto!

Somos conduzidos pelas mãos carinhosas de Nossa Senhora de Nazaré. Ela é Mãe de Deus e nossa Mãe, e se faz Mestra para nos mostrar os passos a serem dados. “Eles não têm mais vinho”, disse em nosso nome a Jesus muitas vezes durante estes anos, como Mãe da Misericórdia, Mãe da Esperança, Saúde dos Enfermos, Refúgio dos Pecadores e Consoladora dos Aflitos!

“Fazei o que ele vos disser”, disse-nos novamente em todas as circunstâncias aquela que é Auxílio dos Cristãos! Aos pés da Cruz, nós a recebemos como Mãe da Igreja, na figura de João! Nós a levamos conosco hoje e sempre, entre aquilo que nos é próprio! Não podemos ser discípulos de Jesus sem trazê-la no coração e na vida, assim como não se pode ser paraenses nem amazônidas sem a devoção a Nossa Senhora de Nazaré, enraizada em nós desde a fonte batismal.

A cada ano, a inspiração vinda do Espírito Santo suscita um Lema, um Cartaz e um Manto, ícones que se acrescentam à Imagem Original de Plácido e à Imagem Peregrina. Outro ícone, a corda do Círio, nos remete à Palavra Profética: “Eu os envolvi com laços de amizade, eu os amarrei com cordas de amor; fazia com eles como quem pega uma criança ao colo e a traz até junto ao rosto. Para dar-lhes de comer eu me abaixava até eles” (Os 11,4). E o grande ícone é o Povo de Deus que se reúne, no segundo final de semana de outubro e nas várias procissões do Círio, algo que não se explica, tem que ser experimentado! Depois, estaremos unidos em duas semanas intensas de oração e pregação, para viver a colheita dos frutos do 230° Círio de Nazaré.

Diante de nossos olhos é hoje apresentada a Imagem Peregrina revestida com seu novo Manto de Rosa Mística, que procura apresentar a singeleza de Nossa Senhora Mãe e Mestra. Mostra com cores suaves, a ternura de Nossa Senhora, representada pela Rosa Mística e pelo Lírio Mimoso.

Na parte posterior do Manto, o símbolo central é a Rosa Mística contornada por doze estrelas, que nos lembram os doze Apóstolos do Cordeiro expressando a figura feminina mostrada pelo autor do Apocalipse. A mesma Rosa se desdobra em pétalas de amor e presença, como Maria, chamada Rosa Mística na Ladainha a ela dedicada. Assim entendemos a multiplicidade de títulos e expressões de carinho com que Maria é invocada na Igreja. É Mãe da Igreja que cuida como uma rosa de ternura e carinho, mas também que nos ensina a superar os espinhos que a vida oferece, pois sabemos que na vida cristã não há espinhos sem rosas!

Maria Mestra, Mãe do Bom Conselho, através de suas virtudes, que orientaram nossos Encontros na Peregrinação do Círio, indica o Caminho do Céu, simbolizado no azul suave no topo do manto, que só é alcançado através de seu filho Jesus. De fato, a beleza da Rosa repousa no branco da Eucaristia, cercado de raios luminosos, pois Maria nos conduz necessariamente a Jesus Cristo, na luz de sua Morte e Ressurreição. Quem nos conduz neste percurso é o Espírito Santo, Alma da Igreja, aquele que é invocado para que o Pão e o Vinho se tornem Corpo e Sangue do Senhor, motivo pelo qual a Hóstia Santa acompanha a Pomba do Espírito.

Olhando agora para a figura de Nossa Senhora de Nazaré, com o Menino nos braços a carregar o mundo, lírios mimosos, delicadeza de sua Concepção e Vida Virginal, assim como as Rosas também presentes, tudo nos encaminha para o broche, que apresenta o Cordeiro Imolado, cuja entrega na Cruz e sua Ressurreição, nos dá a Salvação e a vida em plenitude. Assim, Maria, Mãe e Mestra, nos conduz a Jesus, ensinando o caminho para a santidade.

Deixemo-nos envolver por este manto, permitamos que as cordas do amor de Deus nos prenda a Jesus e Maria! Nada nos afaste do centro de nossa fé e da devoção à Senhora de Nazaré, Mãe e Mestra da Igreja e de nosso Povo paraense!