O médico pediatra e geneticista Manuel Ayres morreu neste domingo (24), em Belém, aos 100 anos. Professor emérito da Universidade Federal do Pará (UFPA), ele atuou em diferentes áreas da ciência, da saúde e da administração pública.
O falecimento foi confirmado pelo Tribunal de Contas do Estado do Pará (TCE-PA), instituição da qual foi conselheiro e presidente. Em nota, o órgão registrou pesar e destacou a contribuição de Ayres ao controle externo e à vida pública no Estado.
Natural de Óbidos, no oeste do Pará, Manuel Ayres nasceu em 9 de janeiro de 1925. Estudou no colégio Pedro II, em Manaus, e no colégio Estadual Paes de Carvalho, em Belém. Formou-se em Medicina em 1948 pela então Faculdade de Medicina e Cirurgia do Pará, especializando-se em Pediatria e conquistando a livre-docência em Pediatria e Puericultura.
Na década de 1960, aprofundou estudos em Genética na Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), sob orientação do professor Francisco Salzano. De volta ao Pará, tornou-se um dos fundadores do Centro de Ciências Biológicas da UFPA, atualmente Instituto de Ciências Biológicas (ICB).
Ayres também ocupou cargos na gestão pública. Entre 1975 e 1979, foi secretário de Saúde do Pará no governo de Aloysio Chaves. Em 1980, assumiu como conselheiro do TCE-PA, onde permaneceu até a aposentadoria.
Sua produção acadêmica inclui mais de 50 artigos científicos publicados em periódicos internacionais, a fundação da revista “Raízes” e a criação do software BioEstat, ferramenta de bioestatística utilizada em pesquisas biomédicas.
Em fevereiro de 2025, Ayres foi homenageado pela UFPA em cerimônia que celebrou seu centenário e sua contribuição para a formação de profissionais e para o desenvolvimento científico no Pará.
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