Misoginia e sexismo? Crítica ao prefeito de Belém, vereadora do PSOL recebe oito vezes menos fundo eleitoral que aliadas

A vereadora Professora Sílvia Letícia (PSOL), crítica à gestão do prefeito de Belém, Edmilson Rodrigues, seu correligionário, anunciou que entrará com uma ação na Justiça Eleitoral contra seu próprio partido. A medida foi tomada após a distribuição do fundo eleitoral revelar uma disparidade significativa entre os valores destinados a ela e a outras vereadoras aliadas do prefeito. Enquanto Sílvia Letícia recebeu apenas R$ 30 mil para sua campanha de reeleição, as vereadoras Enfermeira Nazaré e Gizelle Freitas, alinhadas ao grupo político de Edmilson, receberam R$ 250 mil cada. As informações são de O Globo.

A vereadora, que alega ser vítima de violência política de gênero, afirma que a divisão dos recursos é uma retaliação por suas críticas à gestão do prefeito e por sua pré-candidatura à prefeitura. Sílvia Letícia já havia enfrentado um processo de expulsão do partido, sendo acusada de infidelidade partidária após votar contra a posição do PSOL na Câmara Municipal e ser vista como uma figura que favoreceria ataques da direita à sigla.

A crise interna no PSOL em Belém se intensifica em meio à “Crise do Lixo” na cidade, onde a gestão de Edmilson Rodrigues foi amplamente criticada pela população. A dívida de mais de R$ 15 milhões com as concessionárias de coleta de lixo levou a um acúmulo de detritos em várias partes da cidade, refletindo na insatisfação popular. De acordo com a última pesquisa Atlas, o prefeito aparece em terceiro lugar nas intenções de voto para reeleição, com 77% da população desaprovando sua gestão.

Em resposta, o PSOL justificou a distribuição dos recursos como parte de sua estratégia eleitoral, aprovada por consenso. Contudo, Sílvia Letícia promete lutar na Justiça para garantir a igualdade no financiamento de campanha, conforme estabelece a legislação eleitoral.