Quando se fala em favelas, o Rio de Janeiro costuma ser a primeira imagem que vem à mente. No entanto, o título de cidade mais favelizada do Brasil pertence a um município muito mais próximo: Marituba, na Região Metropolitana de Belém. De acordo com dados recentes do IBGE, 77% da população da cidade vive em favelas, o que corresponde a cerca de 83,3 mil pessoas em condições habitacionais precárias.
Sob o governo de Patrícia Alencar (MDB), a cidade enfrenta uma realidade crítica. Conhecida na interntet como a “blogueirinha” pela sua intensa atividade nas redes sociais e sua habilidade em promover grandes eventos com artistas nacionais, a prefeita tem recebido críticas por priorizar o marketing e as festas, enquanto os problemas urbanos de Marituba permanecem sem soluções efetivas. Questões como saneamento básico, urbanismo, regularização fundiária, moradia, segurança e saúde continuam sendo desafios diários para a maior parte da população.
A classificação de “aglomerados subnormais” pelo IBGE inclui favelas, cortiços, mocambos e outras formas de habitação onde faltam serviços essenciais como energia elétrica, saneamento e iluminação pública. Essas áreas caracterizam-se por não ter uniformidade no tamanho dos lotes, ausência de títulos de propriedade formal e dificuldades de acesso a direitos básicos.
Marituba possui a maior parte de suas ruas mal estruturadas e com ausência de políticas públicas voltadas para a urbanização, os dados do IBGE é um reflexo de uma crise habitacional que afeta grande parte da população brasileira, mas que aqui atinge proporções alarmantes. Mesmo assim, essa realidade parece, por vezes, ser ofuscada pelo brilho das festas e eventos que movimentam a cidade.
A história do termo “favela” remonta ao Morro da Providência, no Rio de Janeiro, onde ex-combatentes de Canudos se estabeleceram e batizaram o local com o nome de um arbusto que recobria um morro em Canudos, também chamado de “favela”. O que começou como um simples nome de lugar acabou se tornando sinônimo de exclusão habitacional, uma marca que Marituba, infelizmente, carrega de forma mais intensa que qualquer outra cidade do país.