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Malhação de Judas em Belém aborda feminicídio e reúne mais de 15 mil pessoas no bairro da Cremação

Com bonecos temáticos e participação popular, evento tradicional contou com apoio da prefeitura e destacou temas sociais como inflação, racismo e violência de gênero

Mais de 15 mil pessoas participaram da tradicional Malhação de Judas, realizada no sábado (19) na rua Fernando Guilhon, bairro da Cremação, em Belém. O evento popular ocorre anualmente no Sábado de Aleluia e foi marcado por críticas sociais e ampla adesão da comunidade local.

Neste ano, os bonecos do Judas representaram temas como inflação, desmatamento, racismo e feminicídio. Este último atraiu atenção especial entre os participantes e foi o mais atingido durante a simbólica malhação. A representação teve como objetivo chamar a atenção para a violência de gênero no estado do Pará e no Brasil.

A programação foi realizada em dois dias, começando na sexta-feira (18), com o “velório do Judas”, e encerrando no sábado (19), com a queima e destruição dos bonecos. O circuito foi organizado por moradores da região e contou com apoio da Prefeitura de Belém, por meio da Secretaria Municipal de Cultura e Turismo (Semcult), que garantiu infraestrutura de palco, som, acessibilidade, segurança pública e organização do comércio ambulante.

Durante o sábado, os bonecos foram expostos nas vias do bairro e criados com roupas novas doadas por moradores. O público começou a se concentrar no local ainda pela manhã, antes das 9h. Parte da programação foi voltada ao público infantil, com brinquedos infláveis, distribuição de bombons e cestas básicas, além de brincadeiras como corrida de saco e quebra-pote. Crianças vencedoras receberam caixas de chocolate como premiação.

Além do aspecto cultural e religioso, a malhação dos bonecos envolveu uma disputa comum: encontrar dinheiro escondido em roupas ou partes dos bonecos. Essa tradição motiva a participação de jovens, que competem por notas escondidas. Por segurança, crianças não participam dessa etapa. Nesta edição, foram distribuídos mais de R$ 300 entre os participantes.

A Malhação de Judas da Cremação é considerada uma das últimas manifestações populares da Semana Santa ainda ativas em Belém. Criada na década de 1950, a celebração evoluiu de sátiras locais para representações de pautas de alcance nacional, mantendo seu papel de expressão comunitária e crítica social.

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