A Latam informou na sexta-feira, 31, que, após fracasso na negociação com o Sindicato Nacional dos Aeronautas (SNA) sobre um novo modelo de remuneração, dará início ao “processo de redução do quadro de tripulantes”, com a demissão de “no mínimo, 2.700 funcionários”.
O programa de demissão voluntária foi aberto na sexta-feira e pilotos, comandantes e comissários poderão aderir até a próxima terça-feira, dia 4 de agosto.
Pandemia – O setor aéreo é um dos mais afetados pela pandemia do novo coronavírus, impactado pelas restrições impostas por governos e pelo temor de contaminação dos passageiros. A Avianca já teve a falência decretada e a Latam está em processo de recuperação judicial nos EUA.
Com menos receitas, as empresas aéreas pressionam sindicatos para reduzir a folha com funcionários. Azul e Gol conseguiram aprovar novo acordo coletivo em junho passado, mas as discussões com a Latam se arrastaram até esta sexta-feira, 31.
O principal ponto de discórdia estava na proposta feita pela companhia de reduzir permanentemente os salários dos tripulantes, o que não foi aceito pela categoria.
“A votação desta sexta foi realizada devido a uma condição imposta pela Latam, que para continuar negociando exige que a categoria esteja disposta a negociar uma alteração permanente, reduzindo salários”, afirmou o sindicato, em nota. “O SNA já requisitou uma audiência de mediação no Tribunal Superior do Trabalho”, disse Latam.
De acordo com a Latam, ela é “a maior e mais antiga das três empresas que atuam no Brasil e é a que mais remunera os tripulantes em voos domésticos e internacionais”.
“A empresa tem a necessidade de equiparar seu modelo atual de remuneração às práticas do setor, haja visto que, historicamente, esta pauta foi objeto de negociação da empresa com o SNA e a atual crise da pandemia torna esta medida ainda mais imprescindível para a Latam”, disse a companhia.
Fonte: O Globo