A recente música “Evangelho de Fariseus” da cantora gospel paraense Aymeê, que menciona o Arquipélago de Marajó (PA), mais conhecido como Ilha do Marajó, trouxe à tona uma preocupante realidade: os casos de exploração e violência sexual contra crianças e adolescentes na região.
Nomes influentes como Rafa Kalimann, Thaila Ayala, Gkay, Luisa Sonza, Ludmilla, Gabi Martins, MC Daniel e outros expressaram sua indignação diante desses casos e exigiram ação imediata das autoridades locais para combater a exploração sexual de menores.
“Cabe a nós ‘exigir’, apontar o dedo e dar voz para essas denúncias tão sérias. Algo precisa ser feito agora”, declarou a ex-BBB Rafa Kalimann.
As postagens dos artistas seguem um padrão semelhante, destacando a importância de pressionar as autoridades, embora não apresentem casos específicos ou dados oficiais.
No entanto, relatos sobre a exploração sexual de crianças e adolescentes na região não são novidade. Há anos a imprensa nacional tem reportado essa realidade. Em uma matéria de 2019, a Agência Pública entrevistou a Irmã Marie Henriqueta Ferreira Cavalcante, uma freira reconhecida por seu trabalho no combate à exploração e violência sexual de menores no Pará. Na ocasião, ela descreveu situações alarmantes de menores sendo explorados desde tenra idade em troca de comida e dinheiro.
“As nossas crianças sobem naquelas balsas e muitas descem com pequenos objetos, às vezes com pequenos alimentos, um litro de óleo diesel, em troca da exploração do seu corpo”, relatou a irmã.
A situação socioeconômica precária da região também é um fator relevante. A maioria dos municípios do Marajó está entre os de menor Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) do país, conforme dados do Atlas de Desenvolvimento Humano do Brasil.