Governo do Pará e Seduc se “livram” de empresa de vale-alimentação acusada de fraudes
A sessão de abertura de um pregão eletrônico foi feita nesta sexta-feira (29), pela internet, para que o Governo do Pará, por meio da Secretaria de Estado de Educação (Seduc), contrate, novamente, uma empresa para emissão de uma nova remessa de vale-alimentação escolar aos alunos da rede estadual, que estão sem aulas devido à pandemia do novo coronavírus.
O aviso de licitação na modalidade pregão eletrônico foi publicado no Diário Oficial do Estado da última segunda-feira, 25. O pregão destina-se à contratação de empresas especializadas na administração, gerenciamento, emissão, distribuição e fornecimento de vale-alimentação escolar.

A pergunta é: por que a Seduc está fazendo uma nova licitação para a emissão desses cartões se já tinha uma empresa contratada para esse serviço?
Envolvida em fraude – A resposta talvez seja esta: a empresa Meu Vale, vencedora do pregão feito pela Seduc, no dia 4 de abril passado, no valor de mais de R$ 21 milhões, pertence ao grupo do empresário Fábio Guasti, que está sendo investigado por fraudes em compras de respiradores no estado de Santa Catarina.
Veja reportagem aqui: https://parawebnews.com/empresa-que-fornece-vale-alimentacao-a-estudantes-no-para-esta-envolvida-em-fraude-de-respiradores-em-santa-catarina/
Segundo o site Intercept Brasil: “A empresa Meu Vale, que pertence a Fábio Guasti, acertou em abril um contrato para fornecer cartões de alimentação para estudantes da rede pública do Pará por R$ 21,5 milhões. O negócio foi feito com dispensa de licitação e terá três meses de vigência”.
Irregularidades – Outra contratação da Meu Vale foi feita pela Prefeitura de Florianópolis, também para emissão dos cartões de alimentação. Depois que veio à tona que a Meu Vale pertence ao grupo de Guasti, essa Prefeitura, ainda segundo o site Intercept, “recuou e mandou avisar que rompeu o contrato com a Meu Vale por causa do envolvimento da empresa em ‘supostas irregularidades’”.
A outra questão é: o Governo do Pará está tentando se livrar de provas de que faz negócios com empresas acusadas de corrupção e fraude? Se não fosse por isso, por que estaria contratando uma nova empresa para fazer um serviço que já tinha sido iniciado? E qual será o custo dessa nova contratação e a logística para a entrega dos cartões?
Internet – Em postagens no Facebook, os internautas questionam esse novo pregão para o serviço de emissão dos vale-alimentação. O grupo Guerreiros do Pará escreveu: “As famílias de alunos das escolas estaduais já têm o cartão alimentação da empresa Vale Card, então, pra que a Seduc vai contratar de novo uma empresa alimentação? Onde a nova empresa terá que fazer milhares de cartões, que vai demorar! Onde, de novo, as pessoas terão que ir às escolas buscar o novo cartão. Sendo, que seria muito mais barato para o governo, e muito melhor para os alunos, apenas fazer a recarga de créditos de 80 reais o atual cartão da Vale Card. Cadê os deputados estaduais para fiscalizar isso?”
Nova etapa – Segundo a Seduc, a primeira etapa da entrega dos cartões de vale-alimentação escolar, fornecidos pela empresa Meu Vale, ocorreu em abril e foi concluída no dia 15 de maio, beneficiando 566 mil alunos da rede estadual. “Novamente, a licitação compreenderá 12 lotes divididos por região de integração”, apontou a secretaria.
A Seduc informa ainda que “A previsão é que o vale esteja disponível para uso nos próximos 15 dias”.
Enquanto isso, os alunos esperem!



