Gilberto Gil é agredido por bolsonarista no Qatar, mas que foi logo identificado
Um dos homens que atacou o cantor Gilberto Gil no Catar, durante a estreia da Seleção Brasileira na Copa do Mundo 2022, na última quinta-feira, dia 24, no estádio Lusail Iconic, foi identificado no domingo, 27. Ranier Felipe dos Santos Lemache é empresário de Volta Redonda (MG) e tem duas franquias de alimentação na cidade, uma do Spoleto, de comida italiana, e outra da pizzaria Domino’s.
No vídeo das ofensas à Gil, que é um idoso de 80 anos, é ele quem aparece com uma camisa da seleção escrita “Papito Rani” nas costas.
Ranier e mais alguns apoiadores do presidente Jair Bolsonaro (PL) agrediram o cantor com gritos e xingamentos: “Vem, vem. Você ajudou o Brasil pra c… Vamo lá. Vai lá. Valeu, Lei Rouanet. Obrigado, filho da p…”, diz um dos brasileiros no vídeo gravado pelos próprios agressores.
Gilberto Gil estava com a esposa Flora e uma amiga deles, chamada Liége Monteiro. Ao ser agredido, o cantor esperou o grupo passar, não reagiu e os deixou passar. O grupo passou e continuou gritando o nome do presidente Bolsonaro.
O vídeo da agressão verbal viralizou nas redes sociais nesse final de semana e as autoridades catarianas foram alertadas. Gilberto Gil publicou um vídeo e reafirmou que essa atitude do grupo é uma forma “de ódio” e que é mais uma forma “de terceiro turno”, se referindo a que essas pessoas não se conformam com o resultado das eleições presidenciais de 30 de outubro, que deram vitória a Lula (PT), a quem Gil apoiou abertamente.
As autoridades do Qatar informaram que esse tipo de agressão – xingamentos em público – naquele País é crime e pode dar em um ano de prisão, bastando a isso que Gilberto Gil fizesse uma queixa formal à polícia catariana.
Com o agressor identificado – que negou ser ele o autor dos xingamentos – resta saber de Gil e a esposa Flora levarão a denúncia adiante.