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Fafá de Belém: ‘COP-30 é a oportunidade para sermos vistos e ouvidos. Não queremos ser uma Disneylândia’

Na iminência de se tornar o epicentro global das discussões sobre as mudanças climáticas, Belém está se preparando para sediar a 30ª Conferência da ONU sobre Mudanças Climáticas (COP-30) em 2025. No entanto, para Fafá de Belém, defensora da região, a COP-30 é muito mais do que um evento internacional. É uma chance de finalmente serem reconhecidos e ouvidos os apelos da Amazônia.

A musa paraense, que já está pronta para ser homenageada pela escola de samba Império de Casa Verde no próximo carnaval, afirmou em entrevista exclusiva à Ecoa: “Belém está uma loucura, as pessoas já estão chegando lá. Mas a ignorância sobre nós, povos amazônicos, é muito grande. A COP-30 vai ser uma oportunidade para sermos vistos e ouvidos”.

O desejo de dar voz aos povos originários, ribeirinhos e extrativistas é a motivação por trás dos esforços de Fafá de Belém. A cantora, que se autodenomina uma representante das “meninas da Amazônia que um dia saíram de lá e trouxeram a Amazônia com elas”, destaca a importância de incluir as perspectivas locais nas discussões sobre a região. “Por mais que exista boa vontade, sem ouvir os povos originários, você não vai conseguir fazer nada de bom. Sem ouvir os ribeirinhos, não vai saber do que precisam. Sem ouvir os extrativistas, não vai entender o que é necessário para manter a floresta em pé”, enfatizou.

Fafá de Belém também compartilhou suas expectativas para a COP-30, visualizando-a como um momento de redefinição da imagem da Amazônia: “Espero que a Amazônia seja um oxigênio cultural, estético e gastronômico para o Brasil e não uma Disneylândia. A COP e tudo o que está gerando em torno dela está trazendo um cruzamento de olhares que vai ser fundamental para nós”.

Além do destaque musical, Fafá de Belém também está envolvida em projetos que buscam divulgar e preservar a cultura amazônica. Através da Varanda de Nazaré, evento que promove debates, encontros e discussões com pesquisadores e jornalistas, ela busca criar um entendimento global da diversidade da Amazônia. “É um projeto mais do que nacional, é de visibilidade mundial de uma Amazônia plural e robusta. Quero mostrar como somos únicos e, ao mesmo tempo, universais”, afirmou a artista.

A conexão de Fafá de Belém com a região amazônica é profunda e enraizada. Ela compartilhou suas memórias de infância e adolescência, onde a água e a floresta eram elementos fundamentais. “Nossa intimidade com a floresta é muito grande. Temos uma relação com as folhas: as ervas de cozinha, de perfume, de proteção”, disse ela, ilustrando a importância desses elementos na cultura local.

Ao ser questionada sobre suas ações como embaixadora do Instituto de Pesquisa Amazônica (IPAM) e da Fundação Amazônia Sustentável (FAS), Fafá de Belém enfatizou seu compromisso em trazer luz para a importância da preservação da floresta amazônica. Ela compartilhou histórias inspiradoras de mulheres que estão fazendo a diferença na região, como Rita Teixeira, uma educadora que mobilizou mulheres para a extração de mel como fonte de renda.

A cantora também refletiu sobre a necessidade de equilibrar o desenvolvimento econômico com a preservação ambiental na Amazônia, destacando a importância da despoluição das águas e do saneamento básico.

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