Estudo aponta que próxima pandemia pode ser provocada por degelo das calotas polares
Um estudo publicado na quarta-feira, 19, indica que a próxima pandemia pode ser provocada pelo aumento das temperaturas globais, que “despertam” os vírus e bactérias adormecidos há séculos em geleiras.
Segundo a pesquisa, o risco de um transbordamento viral – quando um patógeno é transmitido de um animal para o outro – tende a ser maior em locais com degelo. Pesquisadores coletaram amostras do solo e de sedimentos do Lago Hazen, situado no Círculo Ártico, e que recebe água de geleiras em processo de degelo.
Eles analisaram amostras de RNA e DNA encontrado nesse local, e identificaram os que correspondiam a vírus e bactérias conhecidos. Um algoritmo, por sua vez, apontou as chances desses organismos infectarem animais e seres humanos.
Os resultados sugerem que o risco de um vírus contaminar um novo hospedeiro é maior nas regiões onde há degelo. Em uma próxima etapa da pesquisa, a equipe diz que irá buscar quantificar quantos dos vírus encontrados na coleta eram antes desconhecidos.
A situação é agravada por conta da possibilidade do aquecimento global provocar mudança no comportamento de animais, que passam a avançar sobre novos habitats. Com isso, há o aumento das chances de contaminação.
“Enquanto os vírus e seus vetores não estiverem simultaneamente presentes no ambiente, a probabilidade de eventos dramáticos provavelmente permanece baixa”, disse o biólogo Stéphane Aris-Brosou ao jornal britânico The Guardian.