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Cosanpa deixa Outeiro sem água por tempo indeterminado e moradores protestam

Comunidade bloqueia vias e critica abandono do governo estadual em meio à crise de abastecimento; prazo para normalização permanece incerto.

A manhã desta sexta-feira (30) foi marcada por protestos no Distrito de Outeiro, em Belém, onde moradores, indignados com a falta de água que já se prolonga por meses, interditaram a principal via do bairro Água Boa. A manifestação foi uma resposta à incerteza e ao descaso por parte da Companhia de Saneamento do Pará (Cosanpa), que deixou o bairro sem água por tempo indeterminado.

Segundo os manifestantes, a situação é insustentável. Utilizando pneus, lixo e entulhos, os moradores atearam fogo na via em um esforço para chamar a atenção das autoridades e exigir uma solução imediata. A revolta aumentou depois que a Cosanpa, responsável pelo abastecimento de água na região, falhou em cumprir prazos consecutivos para o restabelecimento do serviço.

A crise começou após a Cosanpa realizar uma manutenção no poço que abastece o bairro, com a promessa inicial de que o fornecimento seria normalizado em quatro dias. No entanto, o prazo foi estendido repetidamente, primeiro por uma semana e, posteriormente, sem qualquer previsão concreta, levando à insatisfação generalizada.

Outeiro, uma ilha cercada por água, ironicamente enfrenta uma escassez que tem afetado gravemente a vida dos moradores. Apesar das tentativas de minimizar o impacto com a instalação de caixas d’água em pontos estratégicos, a medida tem se mostrado insuficiente, deixando muitas famílias dependentes de poços artesianos particulares ou obrigadas a comprar água em galões.

Os moradores estão indignados com a situação, apontando para o contraste entre o abandono das periferias e as obras em andamento na área central de Belém em preparação para a COP 30, que a cidade sediará em breve. “A periferia venceu”, dizem eles, em tom de ironia, ao observar que enquanto a cidade se prepara para eventos internacionais, as necessidades básicas de saneamento nas áreas periféricas continuam a ser negligenciadas.

Até o momento, a Cosanpa não se pronunciou sobre o problema, e o prazo para a normalização do abastecimento permanece incerto, deixando os moradores de Outeiro sem respostas e sem previsão de alívio para a crise de água que enfrentam.

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