O Tribunal do Júri de Belém finalizou o julgamento dos acusados pela chacina ocorrida no distrito de Icoaraci em 2022. O processo resultou em condenações superiores a 100 anos de prisão para cada réu, após análise de provas e depoimentos no Fórum Criminal da capital.
Penas aplicadas pelo Tribunal do Júri
O julgamento foi presidido pelo juiz Cláudio Hernandes Silva Lima. As penas estabelecidas foram:
- Hilderaldo Alves (30 anos): 150 anos e 6 meses de reclusão, além de 630 dias-multa.
- Lucas Pietro Moura da Silva (26 anos): 124 anos de reclusão e 540 dias-multa.
- Jhonatan Lopes Rocha (23), Fabrício Monteiro Pampolha (24) e Jorge Lucas da Silva Furtado (24): 118 anos de reclusão cada, mais 495 dias-multa.
As penas dos três últimos foram reduzidas porque eram menores de 21 anos na época dos crimes.
Ataque em feira de Icoaraci
A chacina ocorreu em 30 de novembro de 2022, por volta de 20h30, na Feira da Oito de Maio, em Icoaraci. Onze homens armados com fuzis e revólveres realizaram um ataque que resultou na morte de quatro pessoas:
- Lennon Portal do Nascimento (31) – vigilante
- Diego Nunes de Carvalho (32) – vigilante
- Romário César Campos Dias (31) – vigilante
- Edson Barros Correa (55) – feirante, atingido enquanto observava a ação criminosa
Policial era o alvo do grupo
O ataque tinha como alvo o policial militar Antônio da Luz Bernardino da Costa, que fazia segurança particular na feira. Ele conseguiu escapar. Bernardino relatou que já havia sido alvo de dois atentados anteriores e que criminosos buscavam controlar a área para extorquir comerciantes e vender drogas, cobrando “taxa” dos trabalhadores.
Provas utilizadas no julgamento
O Ministério Público apresentou laudos de tornozeleiras eletrônicas, perícias em celulares apreendidos e materiais coletados durante as investigações. A defesa contestou os elementos apresentados, afirmando falta de provas e questionando os reconhecimentos feitos por imagens.
O júri ouviu 20 testemunhas ao longo das sessões. O primeiro dia foi dedicado aos depoimentos, incluindo o do policial militar, que participou por videoconferência. O segundo dia reuniu debates entre defesa e acusação antes da votação.
Ação policial impediu fuga completa do grupo
Os acusados chegaram ao local em dois veículos: um Hyundai HB20 prata e um Hyundai Creta preto. Na fuga, uma viatura da Polícia Militar iniciou perseguição. Os carros foram abandonados após um deles cair em uma vala e o outro bater em um poste. No Creta, foram encontrados armamentos e um celular usado para identificar outros envolvidos.
Outros suspeitos morreram antes do julgamento
Três denunciados não chegaram a ser julgados: Leonardo Costa Araújo, Ygor Nascimento da Costa e Kalebe dos Santos Valle morreram em confrontos com a polícia durante a investigação.
Os cinco condenados já estavam presos e respondem também por crimes como tráfico de drogas e roubos. Dois deles cumprem pena em unidade prisional de segurança máxima na Região Metropolitana de Belém.
Conteúdo relacionado:



