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Bolsonaro é ungido por bispo na chegada da Romaria Fluvial e torna nota oficial da arquidiocese apenas ‘peça retórica’

A nota oficial da Arquidiocese de Belém sobre a presença do presidente Jair Bolsonaro para participar do Círio de Nazaré foi dura, mas nem tanto. Foi o tipo de nota oportuna – ainda que sem propósito – para realimentar o debate político em tempos de eleições e para editoriais, inclusive da Rede Globo, sem falar na profusão de outros que expõem preferências pessoais nem sempre sensatas. No mais, a nota é absolutamente verdadeira ao afirmar explicitamente que a Igreja Católica não convidou autoridades – nem pode fazê-lo, pelas regras – para o evento, muito menos para integrar a comitiva da Corveta Garnier Sampaio, da Marinha do Brasil, que transportou o presidente.

O papel da Igreja

A arquidiocese fez seu papel, inclusive ao ungir o presidente Bolsonaro na chegada da Romaria Fluvial à Escadinha da Estação das Docas, onde se aglomeravam centenas de pessoas. O ato é atribuído ao arcebispo emérito de Salvador, Dom Murilo Krieger, um dos 15 bispos convidados pela arquidiocese para as celebrações ao longo de 15 dias da quadra nazarena. Dom Murilo, aliás, será oficiante da missa das 18 horas de hoje, na Basílica Catedral, e era um dos bispos presentes à celebração da manhã de hoje, feita pelo arcebispo Dom Alberto Taveira, de quem é amigo de longa data. Ambos integram o Movimento Carismático Brasileiro, nascido em Cachoeira Paulista, interior de São Paulo.

Sincretismo religioso

Dom Murilo Krieger tem uma história interessante na Arquidiocese de Salvador. Integrante da Congregação dos Sacerdotes do Sagrado Coração de Jesus, foi nomeado pelo Papa João Paulo II Arcebispo Metropolitano para pacificar a Igreja e cultos afro-religiosos na Bahia, se destacando não apenas pelos resultados da sua gestão, como pelo gigantesco trabalho envolvendo o sincretismo religioso no Estado. Ao completar 75 anos de idade, a maior parte dedicada ao sacerdócio, Dom Murilo pediu ao Papa Francisco renúncia do cargo, conforme reza o Código de Direito Canônico, sendo substituído por Dom Sérgio da Rocha. Hoje, aos 79 anos de idade, o arcebispo emérito de Salvador reside na pequena cidade de Corupá, no Vale do Itapocu.

Com informações Coluna Olavo Dutra

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