Após repercussão negativa, PGR diz não ter como investigar milhares de pessoas
Defesa de Bolsonaro acusa PGR de “patrulhamento virtual”
A Procuradoria geral da República (PGR) emitiu uma nota nesta última sexta feira, 18, procurando esclarecer o pedido do subprocurador-geral da República Carlos Frederico Santos, que solicitou ao Supremo Tribunal Federal (STF) dados de identificação de quase 70 milhões de seguidores de Jair Bolsonaro, nas redes sociais.
A nota pegou mal
O pedido da Procuradoria-Geral da República (PGR) feito ao Ministro Alexandre de Moraes, buscando acesso à identificação dos seguidores do ex-presidente, gerou um amplo desconforto. A PGR, por meio de uma nota, esclareceu que as pessoas em questão não estão sob investigação e que seus dados não serão expostos.
De acordo com o subprocurador, o único alvo dessa investigação é o ex-presidente Jair Messias Bolsonaro. Ele argumentou que nem todos os seguidores são necessariamente apoiadores do ex-presidente, pois alguns podem segui-lo por motivos profissionais ou acadêmicos, por exemplo.
Posteriormente, a PGR apresentou um pedido complementar no qual solicitava que além do META, as provedoras de redes sociais Facebook, Youtube, Twitter, Instagram e TikTok também preservassem o vídeo. Além disso, requereu os nomes e dados de todos os seguidores de Bolsonaro nessas plataformas.
Segundo a nota publicada pelo MPF, esses dados seriam utilizados apenas para “obter informações que permitam avaliar o conteúdo e a dimensão alcançada pelas publicações do ex-presidente em relação aos fatos ocorridos em 8 de janeiro nas redes sociais”.
No entanto, é importante destacar que não é necessário conhecer os seguidores para medir métricas como alcance, engajamento e dimensão de uma postagem. Na verdade, um dos pedidos dessa nova petição protocolada é justamente que as provedoras informem a quantidade de “a) visualizações; b) curtidas; c) compartilhamentos; d) repostagens; e) comentários; f) demais métricas aferíveis”.
Patrulhamento
Nesta terça-feira (18), a defesa do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) apresentou ao Supremo Tribunal Federal (STF) um pedido para que a solicitação da Procuradoria-Geral da República (PGR) seja rejeitada. A PGR havia requisitado uma “lista completa com os nomes e dados de identificação dos seguidores do ex-presidente”.
A defesa classificou esse pedido como uma “mal disfarçada forma de monitoramento político de apoiadores do ex-presidente, redundando em uma forma odiosa e anacrônica de verdadeiro patrulhamento ideológico”.
É importante mencionar que Jair Bolsonaro possui uma ampla base de seguidores nas redes sociais, contando com 25,2 milhões no Instagram, 11,4 milhões no Twitter, 15 milhões no Facebook, 6,47 milhões no YouTube, 5,5 milhões no TikTok e outros 426 mil no LinkedIn.
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