REGIONAL

Amapaenses se deslocam para Belém à espera do fim da crise

Após 18 dias da crise que se abateu sobre o Amapá, após o apagão em treze das dezesseis cidades do estado, centenas de pessoas que moram no estado vizinho, principalmente nas cidades de Macapá e Santana, se deslocam em embarcações para Belém. Muitas delas vêm para fugir da falta de energia e água, que ainda não está regular no estado, além de buscar atendimento na área da saúde.

Por volta das 10h15 desta sexta-feira (20), centenas de pessoas desembarcaram do navio Ana Marques, no Porto Brilhante, na rua Boaventura, no bairro da Cidade Velha.  Nele, a viagem de Macapá para Belém leva cerca de 24 horas. E, segundo Brivaldo Fonseca, 41 anos, coletor de amostra de combustível da Agência Nacional do Petróleo, que mora em Belém e viaja todos os meses para Macapá e Santana, a viagem na embarcação foi tranquila.

No entanto, Fonseca, que passou três dias nestas cidades, diz que a situação está difícil. “O problema é notório. As coisas estão muito caras na cidade. A água mineral, por exemplo, era R$ 5,00 e agora custa R$ 20,00. Estão cobrando R$ 4 mil em uma passagem de avião para Belém. Por outro lado, a de navio custa R$ 200,00 e a viagem leva 24 horas”.

Em busca de atendimento para a saúde da irmã, a técnica de enfermagem Ilze Corrêa, 58 anos, que mora no bairro Jardim Felicidade II, em Macapá, veio para Belém. “Está uma escuridão total. Há uma semana, a energia chega, dura três horas e vai embora. Tive que vir com minha irmã, porque ela faz tratamento em Belém e passa dificuldade lá, já que fica sem fazer aerossol”.

Ilze explica que a irmã é diabética e, por não ter nem gelo na cidade, já perdeu insulinas, que ajudam no tratamento dela. “A gente sente um cansaço mental. É uma falta de respeito com a população. Isso deveria ser evitado e não chegar a esse ponto”, afirma a técnica de enfermagem, que pretende retornar em uma semana.

 A dona de casa Andréa Santos, 46 anos, é de Belém e mora em Macapá há dois anos. A falta de energia agilizou a volta dela à capital paraense. “Como ficou essa situação de ter energia somente a cada três horas, resolvi vir para Belém para resolver alguns problemas pessoais e esperar passar mais a crise. Em casa, tinha água, mas suja. E não tinha energia. As coisas ficaram muito caras, como óleo e água. Mesmo suja, a gente ainda tinha água. Quem mora em bairros em beira de ponte está numa situação pior”, relata a dona de casa, que veio acompanhada do esposo.

Fonte ORM

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