A manhã deste sábado (15) foi marcada por um forte chamado pela preservação da Amazônia. A Marcha Mundial pelo Clima, realizada fora do Parque da Cidade — área oficial da COP 30 — reuniu milhares de pessoas nas ruas de Belém em uma mobilização que integrou a programação da Cúpula dos Povos.
O ato começou com concentração no Mercado de São Brás e, segundo os organizadores, contou com a participação de mais de 30 mil pessoas, entre indígenas, quilombolas, jovens, trabalhadores, coletivos urbanos e ativistas de diversos países. O som vindo da mata, simbolizando um grito de alerta, marcou o início da caminhada.
Lideranças indígenas reforçaram a defesa dos territórios tradicionais e o pedido para que as mensagens enviadas nas ruas cheguem aos tomadores de decisão.
“Pedimos às autoridades que ajudem a preservar o povo Kayapó”, afirmou o líder Bepdja Kayapó.
Nhakngyre Kayapó, liderança feminina, destacou a urgência do tema. “A nossa floresta é onde tem o ar puro, e precisamos preservar”, disse.
Representantes de diferentes povos denunciaram ainda a violência contra defensores da floresta e os impactos de projetos que interferem em rios, terras indígenas e modos de vida tradicionais. Para Isaías Munduruku, a consulta prévia às comunidades deve ser respeitada. “Temos que ser ouvidos antes de decidirem sobre nossas terras”, afirmou.
Durante todo o percurso, faixas e cartazes cobraram ações concretas de governos e empresas para enfrentar a emergência climática. A marcha encerrou as atividades do dia da Cúpula dos Povos com um recado central: sem justiça ambiental, não há justiça social — e proteger a Amazônia é essencial para conter a crise climática global.
