O Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) e a Universidade Federal do Pará (UFPA) assinaram, nesta quarta-feira (12), um acordo de cooperação para a criação da “Casa BNDES” na 30ª Conferência das Nações Unidas sobre as Mudanças Climáticas (COP30). O espaço será instalado no conjunto arquitetônico dos Mercedários, no centro histórico de Belém, atualmente em processo de restauração com investimento de R$ 36,3 milhões, por meio da Lei Federal de Incentivo à Cultura.
A parceria foi formalizada pela presidente interina do BNDES, Tereza Campello, e pelo reitor da UFPA, professor doutor Gilmar Pereira. A cerimônia contou com a presença de autoridades locais e representantes de instituições como a Fundação de Amparo e Desenvolvimento da Pesquisa (Fadesp), a Arquidiocese de Belém, o Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (IPHAN) e o Governo do Pará.
O projeto de restauro, coordenado pelo Laboratório de Conservação, Restauro e Reabilitação da UFPA (Lacore/UFPA), inclui a requalificação da Igreja de Nossa Senhora das Mercês e do antigo Convento dos Mercedários. As obras estão previstas para serem concluídas em 2027, mas parte do conjunto estará pronta para a COP30, que ocorrerá em novembro de 2025.
História e importância do conjunto arquitetônico
Erguido originalmente em 1640 e reconstruído em 1748, o complexo das Mercês é considerado um dos mais importantes conventos coloniais da Amazônia. Projetado pelo arquiteto italiano Antônio José Landi, destaca-se por sua fachada convexa e frontão de linhas onduladas – características raras na arquitetura religiosa brasileira.
Ao longo dos séculos, o espaço teve múltiplas funções, abrigando a sede da Alfândega, o Arsenal de Guerra e o Batalhão de Caçadores. Após anos de abandono no século XIX, a igreja foi restaurada em 1913 e novamente em 1986 pelo IPHAN, após um incêndio destruir parte do convento em 1978.
Além de sediar atividades acadêmicas, o Mercedários UFPA contará com uma galeria de arte, uma livraria, um museu de ciências do patrimônio cultural e um auditório para 175 pessoas. Para a COP30, estão previstas a conclusão parcial do restauro e a revitalização da fachada do conjunto.
“Investir na preservação do patrimônio histórico é fundamental para a memória nacional e para evitar tragédias como a do Museu Nacional”, destacou Tereza Campello, reforçando o compromisso do BNDES com a valorização do patrimônio cultural brasileiro.



