Janja, o nariz de Cleópatra e a Máquina do Juízo Final
Uma vez, Pascal escreveu :”se o nariz de Cleópatra fosse menor, toda a face da Terra seria diferente”. Confesso que nunca havia realmente refletido sobre essa frase, até ontem.
É que neste domingo, o país acordou “passado” com a primeira-dama, Janja Lula da Silva, xingando o bilionário dono do X, Elon Musk. Foi de cair o “ass” das nádegas.
Primeiro, porque a declaração soou completamente despropositada, um ataque gratuito sem o menor motivo aparente. Segundo, pela posição que ocupa e pelo contexto em que tudo aconteceu. Quer dizer, do nada, a moça teve um surto após ouvir o apito de um navio e, como se fosse a coisa mais natural do mundo, soltou um “fuck you”.
Ora, não estamos falando de uma reuniãozinha em um DCE de universidade, em meio a um bate-papo descontraído entre estudantes fumando um cigarrinho do capeta. A primeira-dama estava no G20 Social, um evento de enorme relevância, assistido por autoridades e líderes de todo o mundo inteiro.
A impressão que temos é que, se a primeira-dama acordar de TPM amanhã, o Brasil pode enfrentar uma nova recessão, com o dólar disparando e a Bolsa despencando logo em seguida. “Que se f@da o Tio Sam”.
Nem quero imaginar se ela resolver sair para a balada para beber com as amigas. Pelo amor de Deus, alguém tire o celular dessa moça! Corremos o risco de uma crise mundial. Bem, pelo menos, para nossa sorte, ela parece não ter nenhuma rusga com os muçulmanos, caso contrário, o próximo 11 de setembro seria no Cristo Redentor.
Isso me faz lembrar de um excelente filme de Kubrick, Dr. Fantástico (Dr. Strangelove), uma sátira britânica brilhantemente interpretada por Peter Sellers. Na trama, um general enlouquece e dá ordens para atacar a Rússia, desencadeando a Terceira Guerra Mundial. Enquanto os mísseis se dirigem para o solo russo, o presidente americano e seus assessores no Pentágono tentam, em desespero, evitar o desastre. Mas há um problema: ambos os países criaram uma máquina de retaliação automática, a “máquina do juízo final”, que responderia a qualquer agressão com um ataque nuclear irreversível.
O filme é obviamente uma sátira ácida sobre a Guerra Fria, ironizando como, até mesmo os maiores conflitos globais, podem ser provocados por situações insólitas e decisões impulsivas. Mais ainda, expõe o perigo iminente de pessoas sem bom senso ou saúde mental ocupando posições de poder.
Bem, vamos torcer para que, ou pela cegueira que provoca o amor, ou pelas pagadas que costumamos aprontar em nossas incursões etílicas, o presidente Lula não acabe entregando a senha do “botão vermelho” para a moça.
Caso o pior ocorra, tal qual o filme do Kubrick, temos certeza de uma coisa, dessa vez o presidente Lula não terá nem mesmo a chance de se explicar com a justificativa que tantas vezes já usou para sair de enrascadas : “Não fui eu, foi a minha mulher.”