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ALEPA aprova projeto que transforma Gaby Amarantos em patrimônio imaterial do Pará

Assembleia Legislativa aprova por unanimidade projeto que celebra a contribuição da cantora ao tecnobrega e à cultura paraense.

A Assembleia Legislativa do Pará (ALEPA) aprovou nesta terça-feira (3) o Projeto de Lei nº 714/2023, que reconhece a obra musical da cantora Gaby Amarantos como Patrimônio Cultural e Imaterial do Estado do Pará. A proposta, de autoria da deputada Lívia Duarte (PSOL), foi aprovada por unanimidade e celebra a trajetória de uma das maiores representantes do tecnobrega no Brasil e no mundo.

Gaby Amarantos, cujo nome de batismo é Gabriela Amaral dos Santos, nasceu e cresceu no bairro do Jurunas, em Belém. Desde jovem, começou a se destacar na cena musical local, primeiro cantando no coral da igreja e, mais tarde, nos bares da cidade. Sua carreira ganhou projeção nacional e internacional a partir de 2002, quando se juntou à banda Tecno Show, sendo considerada uma das precursoras do tecnomelody—a mistura de beats eletrônicos, riffs de guitarra e composições regionais.

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A cantora, que recentemente conquistou o Grammy Latino 2023 na categoria “Melhor Álbum de Música de Raízes em Língua Portuguesa” com o álbum Technoshow, emocionou-se com a homenagem. Em vídeo publicado nas redes sociais, Gaby agradeceu pelo reconhecimento, lembrando as dificuldades e o preconceito enfrentados ao longo de sua carreira. “Quantas vezes eu ouvi que o tecnomelody era música de bandido, que nunca ia fazer sucesso no Brasil, que eu estava acabando com a minha carreira. E está aí o reconhecimento”, disse.

A deputada Lívia Duarte, ao justificar a proposta, destacou a importância de celebrar a trajetória de Gaby Amarantos, não apenas como artista, mas como símbolo de resistência e superação. “Nós sabemos a dificuldade que é para uma mulher preta, nascida na periferia, vencer prêmios. E foi o que aconteceu em 2023, quando Gaby levou o Grammy. Para mim, é uma honra reconhecer isso porque ela tem história”, afirmou a deputada.

Gaby Amarantos, frequentemente chamada de “Beyoncé do Pará”, lançou seu primeiro disco solo, Treme, em 2012, que trouxe sucessos como “Ex Mai Love” e “Xirley”. Desde então, a artista tem sido uma voz poderosa na valorização da cultura paraense e na defesa das expressões musicais da Amazônia. “Meu trabalho é fazer com que o nosso movimento seja reconhecido no Pará, no Brasil e no mundo todo. Só uma mulher preta da periferia para entender a luta de outra, e é tão bom receber esse reconhecimento em vida”, finalizou a cantora.

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