A Polícia Federal (PF) continuou nesta terça-feira, 30, com as ações da Operação Guaicuru, que levaram à prisão de duas lideranças indígenas em Belém e no município de Mãe do Rio na segunda-feira, 29.
As detenções de Marquês Tembé e Paratê També estão relacionadas a conflitos recentes entre povos tradicionais ocorridos no município de Tomé-Açu. A PF investiga ambos por crimes que incluem tentativa de homicídio, associação criminosa, milícia privada e posse ilegal de arma de fogo.
Durante a manhã, agentes da PF estiveram em imóveis e residências associados a Marquês e Paratê, na região de Tomé-Açu e também no município do Acará, ouvindo testemunhas e recolhendo documentos que reforçam as acusações.
Paratê També é adicionalmente investigado por ameaças a servidores do Ibama. Segundo a PF, as investigações indicam que os presos se utilizavam de sua condição de lideranças indígenas para cometer diversos crimes, inclusive contra a própria comunidade indígena.
De forma surpreendente, tanto Paratê quanto Marquês estão sob custódia da Justiça paraense, apesar das prisões terem sido realizadas pelas polícias Federal e Rodoviária Federal, e as investigações tramitarem na Justiça Federal. Atualmente, ambos estão na Central de Custódia Provisória da Marambaia, em Belém.
A Operação Guaicuru visa principalmente restaurar a ordem pública na região de Tomé-Açu, especialmente em relação aos conflitos entre as comunidades tradicionais. Disputas por terras produtivas de dendê entre os Tembés e quilombolas têm gerado medo e causado vítimas inocentes na região, de acordo com as investigações.
