A alta carga tributária do Brasil encarece os produtos nacionais, desestimula os investimentos e abre as portas do país para a ilegalidade. Os impostos sobre mercadorias brasileiras chegam a ser até 5 vezes o valor do tributo cobrado nos mesmos itens em outros países, principalmente os que fazem fronteira com o território nacional. O desequilíbrio aquece o mercado informal e acarreta prejuízos para a indústria brasileira, que perde o poder de competitividade dos produtos, segundo especialistas no tema.
E no Pará esse tema ganha dimensões maiores, pois a maior parte dos produtos industrializados advém do Centro-Sul do Brasil, portanto, atravessam o país para pode chegar em algum lugar da casa de um consumidor paraense. Outro ponto importante é que o Pará possui uma das menores rendas do país, portanto, dado o nosso poder de compra, adquirir novos bens se torna um caminho oneroso para muitas famílias do estado.
Além disso, há anos se fala da mudança de paradigma da economia do estado, de sair de uma economia extrativista e mineral e começar a agregar valor às nossas riquezas naturais dentro do próprio território paraense. A redução do IPI em 25%, feita pelo governo federal na última semana, é um passo importante neste sentido, pois diminui os custos de produção dentro do estado, nos torna mais competitivos, o que também fomenta a instalação de outros empreendimentos.
Não é à toa que a redução do IPI tem mobilizado a bancada parlamentar do vizinho Amazonas, pois com a redução de impostos, a Zona Franca de Manaus vai perdendo parte da competitividade dado pelos seus benefícios especiais frente a outros estados da federação.
O ministro Paulo Guedes já informou que o aumento de arrecadação federal, será reinvestido em redução de impostos nas costas do povo brasileiro. Um alívio no bolso do cidadão, uma vez que o sistema tributário brasileiro cobra mais caro nos produtos consumidos que na renda. Isso significa que as mercadorias adquiridas pelo cidadão representam a maior taxa de impostos cobrada no país.
É uma oportunidade única não só para melhorar o poder de compra, mas também, no caso do Pará, de mudar a chave de sua economia. É claro que para isso, mudanças internadas feitas pelo governo do estado precisam ser tomadas.



