Na semana que acabou os brasileiros foram surpreendidos com aumento substancial do fundo eleitoral saindo de R$2 bilhões para R$6 bilhões em 2022, verba pública esta direcionada para realização de campanhas políticas dos partidos.
Diante das restrições econômicas que a pandemia vem causando ao bolso dos brasileiros, Brasília parece não ter senso de prioridade. No mesmo país que cancela realização do Censo do IBGE, tem falta de vacina e viu a precariedade de insumos para atender pacientes de Covid-19 nas UTIs, é onde se triplica verba para partidos políticos torrarem em campanhas políticas.
Para piorar, os deputados paraenses contribuíram de sobremaneira para que esse escárnio fosse aprovado. Apenas dois deputados do nosso estado, porém, foram contra o aumento do “fundão eleitoral”, apesar de terem votado a favor da LDO, de modo a evitar que o Brasil ficasse sem orçamento e a consequência desse cenário seria a precarização dos serviços públicos.
Os deputados Joaquim Passarinho (PSD) e Paulo Bengtson (PTB) foram às redes sociais explicar o motivo de votar na LDO e rejeitar o aumento do fundo eleitoral.
Uma emenda apresentada pelos partidos Novo e Podemos tentou suprimir o inciso 27 do artigo 12, que trata dos recursos para o fundo eleitoral. “Somos contra o uso do dinheiro público para financiamento de campanhas. Na nossa opinião, dinheiro público tem que ser utilizado para saúde, segurança e educação. Não faz nenhum sentido, na nossa visão, todos os cidadãos brasileiros financiarem partidos políticos e financiarem campanhas,” disse a deputada Adriana Ventura (Novo-SP). “Votamos contra a LDO com dor no coração, mas nós não podemos ser coniventes com coisas que estão lá e discordamos”.
A emenda foi rejeitada e a votação ocorreu de forma simbólica.
Sanção presidencial – A proposta da LDO de 2022 ainda precisa passar pela sanção do presidente da República, Jair Bolsonaro.
De acordo com a reportagem de O Globo, conselheiros têm recomendado ao presidente que ele não vete o aumento do fundo eleitoral. Eles avaliam que seria um desgaste desnecessário com o Congresso, que aprovou a proposta com grande apoio de parlamentares.