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WhatsApp terá mudança de privacidade obrigatória a partir deste sábado, 15

O WhatsApp começará neste sábado, 15, a forçar os usuários a aceitarem suas novas políticas de privacidade. Segundo a empresa, quem se recusar a aceitar os novos termos pode perder, aos poucos, o acesso ao aplicativo de mensagens. Diferentemente do que foi divulgado em algumas redes sociais, o WhatsApp disse que não irá apagar a conta do usuário. 

A partir deste sábado, deve aparecer no aplicativo uma tela solicitando o aceite dos novos termos. A pessoa continuará recebendo as notificações de mensagens e ligações. Porém, com o tempo, essas funções serão desativadas, até que o usuário aceite as novas regras.

Em seu site oficial, o WhatsApp afirma que “o uso dos recursos do app será limitado até que você aceite os Termos de Serviço e a Política de Privacidade atualizados, porém, nem todos os usuários terão essas mudanças ao mesmo tempo”.

O que acontecerá, então, é que, se não aceitar os novos termos, o usuário perderá o acesso livre ao WhatsApp ao longo de dias, ou até meses, mas a sua conta continuará a existir, segundo a companhia. 

Mudanças – As mudanças são polêmicas e foram anunciadas pela primeira vez em outubro de 2020. Agora, elas se tornarão obrigatórias. A alteração torna obrigatório o compartilhamento de informações como número de telefone, dados de transações, endereço IP, dados de dispositivo, dados sobre interações com outros contatos, entre outros.

Em janeiro deste ano, o WhatsApp afirmou que “esta atualização não muda as práticas de compartilhamento de dados entre o WhatsApp e o Facebook, e não impacta como as pessoas se comunicam de forma privada com seus amigos e familiares em qualquer lugar do mundo”. Também afirmou que todas as mensagens trocadas no app têm criptografia ponta-a-ponta, o que quer dizer que somente as pessoas que estão participando de uma conversa podem ter acesso ao que foi enviado. 

Segundo Christian Perrone, coordenador de direito e tecnologia do Instituto de Tecnologia e Sociedade do Rio (ITS), o usuário não será afetado em conversas com outras pessoas físicas, mas sim em mensagens trocadas com contas empresariais – e que, nesses casos, o WhatsApp não pode afirmar que possui criptografia de ponta-a-ponta.

“Quando falamos com uma empresa no aplicativo, não estamos conversando diretamente com a companhia, mas sim com um intermediário que repassa as dúvidas para o empreendimento –o que, por si só, já mata a criptografia. Então, você tem a criptografia do indivíduo ao intermediário, e do intermediário à empresa final”, diz.

“O usuário precisa ter claro que, quando fala com uma empresa, não tem uma relação direta com a empresa, não tem criptografia direta, ou seja, existe um intermediário, e esse intermediário pode ser o Facebook — e, sendo o Facebook, claramente o WhatsApp vai estar compartilhando dados com a rede social, como uma prestadora de serviços”, afirma.

Patricia Peck, advogada especialista em Direito Digital e Proteção de Dados, da PG Advogados, concorda com Perrone e afirma que “a nova política de privacidade deixa de garantir a proteção da criptografia em conversas com contas comerciais”. Ela fala em “prática abusiva”.

O que fica claro, segundo os especialistas, é que as mudanças estão voltadas às conversas feitas com contas do WhatsApp Business – e não às mensagens de bom dia que a sua tia-avó te envia. O WhatsApp Pay, por funcionar apenas em contas pessoais, também não deve ser afetado. 

Até o momento da publicação desta reportagem, o WhatsApp não havia respondido ao pedido do CNN Brasil Business para comentar sobre a criptografia em sua versão de negócios com as novas mudanças. 

E se não aceitar – Se o usuário optar por não aceitar as novas políticas do WhatsApp, mesmo com a sua conta ainda existindo, ele deixará de ter acesso às funcionalidades do app. A saída, então, será migrar para outros aplicativos, como o Telegram, o Signal e o WeChat. 

De janeiro a abril de 2021, o Signal teve um aumento de 1.192% em downloads em relação a 2020, sendo baixado cerca de 64,6 milhões de vezes. O Telegram também cresceu no começo deste ano, passando por um aumento de 98% em downloads, enquanto o WhatsApp caiu 43% no mesmo período. 

Todos os aplicativos oferecem as mesmas funcionalidades – ligação, chat, envio de mídias. Mas, segundo Zak Doffman, fundador e CEO da Digital Barriers, que monitora a segurança de aplicativos, o Signal é o que menos coleta dados dos usuários, seguido pelo Telegram, enquanto os dois aplicativos de Mark Zuckerberg (WhatsApp e Messenger) são os que mais coletam informações. 

Fonte: CNN Brasil

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