Em apenas três minutos, os vereadores de Belém aprovaram um reajuste dos próprios salários durante uma sessão relâmpago na Câmara Municipal. A votação, realizada de forma simbólica, surpreendeu a oposição, que só percebeu o ocorrido após o encerramento da sessão e a divulgação do resumo da pauta. A manobra gerou reações imediatas, com críticas ao processo e à falta de transparência.
A vereadora Silvia Letícia (PSOL), uma das principais vozes contrárias, classificou a medida como um “absurdo”, destacando que muitos servidores municipais ainda recebem salários abaixo do mínimo. “Vamos recorrer dessa decisão. Não defendemos privilégios. Se não conseguirmos reverter judicialmente, o prefeito de Belém deve vetar essa medida inaceitável”, afirmou Letícia.
Presidente da câmara defende Legalidade da Ação
O presidente da Câmara Municipal de Belém, John Wayne (MDB), defendeu a votação, afirmando que o reajuste segue a Constituição Federal e envolve os subsídios do prefeito, vice-prefeito e secretários municipais. “A Câmara deve cumprir as normas legais vigentes no país”, afirmou. Contudo, ao ser questionado sobre o percentual de aumento, não deu detalhes, alegando estar ocupado com as eleições municipais.
Decisão cabe ao prefeito em fim de mandato
Agora, a decisão de sancionar ou vetar o aumento cabe ao atual prefeito Edmilson Rodrigues (PSOL), que não foi reeleito. Rodrigues, que foi o único prefeito do PSOL em uma capital, terá a responsabilidade de definir se o reajuste será válido para a próxima legislatura.
A corrida eleitoral de Belém segue intensa, com o segundo turno marcado entre os candidatos Delegado Éder Mauro (PL) e Igor Normando (MDB). Enquanto isso, o PSOL aposta em Guilherme Boulos, em São Paulo, como sua principal chance de vitória no segundo turno.