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Turismo na Ilha das Onças cresce e pode se tornar uma ilha do Combu 2.0

Dos principais cartões-postais de Belém se pode avistá-la. Embora pertença ao município de Barcarena, a Ilha das Onças está geograficamente – e economicamente – ligada a capital. Quem chega em Belém por avião, antes de pousar no aeroporto de Val de cans, passa bem por cima dela.

E essas ligação vem de longa data. Por 60 anos ( 1930-1975) funcionou na ilha das Onças a fábrica “Uzina Vitória”, sendo, portanto, um importante fornecedor de matéria prima para a indústria estrangeira, selecionando semente, preparando lâminas de borracha, extraindo e embalando óleos e essências. Mas não só isso, ela representou a fonte de renda de parcela de imigrantes nordestinos, que rumaram para o Pará naquele momento do estabelecimento do processo de “integração” do Pará ao restante do Brasil, proposto pelo projeto integracionista do então presidente Getúlio Vargas.

Usina Vitória. Foto: Helton Barros

A ilha também é um importante polo fornecedor de açaí para Belém, entre outros produtos da floresta. Por essa proximidade com capital paraense, apenas 30 minutos do centro, os moradores da ilha das Onças estão mais ligados com Belém, quando procuram, por exemplo, serviços de saúde e educação.

No entanto, diferente do Combu, não existia oferta adequada de barcos fazendo a travessia para levar visitantes até lá, assim como não haviam locais estruturados para receber esses visitantes. Sem demanda, sem barco e sem visitantes e como consequência, sem empreendimentos.

Só que esta equação vem encontrando uma solução, o serviço de travessia vem melhorando e alguns empreendimentos ribeirinhos da ilha das Onças vem ganhando fama que, graças ao boca a boca e compartilhamentos em redes sociais, vem atraindo visitantes e fomentando o ecoturismo amazônico junto aos moradores tradicionais.

A ilha das Onças é um ótimo refugio para quem quer sossego de fato já que não lota como costuma lotar a Ilha do Combu nos finais de semanas e feriados, não só isso, pode ajudar a tirar a pressão turística da própria ilha vizinha.

A ilha de Barcarena tem uma área duas vezes maior que a ilha do Combu. Uma área equivalente a 75 campos de futebol, lá dentro cabem, por exemplo, quase 3 parques do Utinga. O mapa abaixo pode-se ver o tamanho da ilha em relação ao tamanho do centro de Belém.

Localização das Ilhas das Onças. Foto: Google Earth

ROTEIROS TURÍSTICOS NA ILHA DAS ONÇAS

É imprescindível uma visita às ruínas da antiga Usina Vitória ( se tem uma visão impressionante do skyline de Belém), onde o turista pode conhecer um pouco melhor o importante período do ciclo da borracha e como acontecia o beneficiamento do látex, além disso, por se cortada por furos e igarapés, a ilha também vem atraindo praticantes de esportes náuticos como “stand up paddle” e canoagem. Veja mais abaixo:

Casa do Celso – Localizado no Furo Grande, o local que começou como cafezinho, tornou-se uma restaurante com o melhor da culinária regional, um refrescante banho de igarapé, uma soneca numa rede na mata, mas se quiser ficar lá mais tempo, não se preocupem, tem também hospedagem.

A Casa do Celso é de Celso de Jesus, o proprietário, juntamente com a família, é o responsável por atender os cerca de 80 visitantes que aparecem na casa deles todos os meses. Funcionando somente com reserva, atendimento de grupos pequenos, sem sinal de celular e sem venda de bebida alcóolica, a proposta da Casa do Celso é abraçar o turismo sustentável, de base comunitária, de contato com a natureza e vivência com as pessoas do local.

Casa do Celso. Reprodução: Casa do Celso/Instagram
Casa do Celso. Reprodução: Casa do Celso/Instagram
Casa do Celso. Reprodução: Casa do Celso/Instagram

Rusty da Ilha – O Rusty da Ilha é outra novidade recente na Ilha das Onças. Com menos de um ano, o local recebeu convidados famosos da cantora Fafá de Belém que vieram participar do Varanda de Nazaré. O vídeo de travessia da ilha das Onças para Belém, que mostrou o medo dos famosos, viralizou nas redes sociais. O Rusty da Ilha é um lugar agradável, com comida regional deliciosa. A decoração bem no estilo ribeirinho, valorizando o entorno.

Rusty da Ilha. Foto: Perfil/Facebook

Recanto Aimoré – O nome vem dos indígenas nômades que viviam na Amazônia. Sob chuvas extremas, os Aimorés se escondiam sob coberturas naturais. Ali esperavam a chuva passar, independentemente se estavam acompanhados de pessoas da mesma tribo ou não.

Com esse preceito, o local é um refugio par todos, independente de suas diferenças. Lá os turistas irão entrar em contato com pratos típicos com açaí, frutos do mar e outros ingredientes amazônicos são os que mais atraem turistas de outros países por serem bem diferentes até do restante da gastronomia brasileira.

O restaurante fica no furo do Nazário.

Recanto Aimoré. Foto: Perfil/facebook

COMO CHEGAR – O serviço de travessia a esses restaurantes é feito sob demanda. Por isso, antes é preciso entrar em contato com restaurante escolhido. Todos possuem perfis no facebook e no Instagram. Os barcos normalmente saem do Porto Shallon (ao lado do Açaí Biruta), na rua Siqueira Mendes, no bairro da Cidade Velha. Ou do Ver-o-Rio, no bairro do Umarizal.

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