A Secretaria Municipal de Saúde de Juruti, no oeste do Pará, confirmou na tarde deste sábado, 25, que três casos suspeitos da Síndrome de Haff, popularmente conhecida como doença da “urina preta”, foram notificados no município. A informação foi divulgada pelo portal G1 Pará.
As três pessoas, um adolescente de 14 anos, um homem de 36 anos e um idoso de 79 anos, são da zona rural de Juruti e estão internados no hospital municipal, onde estão recebendo cuidados médicos e apresentam quadro clínico estável.
Os casos estão sendo investigados pela equipe da Vigilância Epidemiológica Municipal. Amostras de sangue e urina dos pacientes foram colhidos e estão sendo aguardados os resultados para confirmação ou descarte dos casos.
A Semsa informou ainda que os três casos suspeitos foram informados à Secretaria de Estado de Saúde Pública do Pará (Sespa).
O município de Juruti é uma das cidades que fica localizada na fronteira com o estado do Amazonas, onde já foram confirmados casos da doença. Devido ao risco de contaminação do pescado, municípios da região emitiram notas técnicas orientando a população para que evitassem o consumo de peixes das espécies tambaqui, pirapitinga e pacu.
Casos suspeitos no Pará
Em nota, a Secretaria de Estado de Saúde Pública do Pará (Sespa) informou, por meio do Centro de Informações Estratégicas de Vigilância em Saúde (CIEVS), que no momento, investiga 13 casos suspeitos da Síndrome de Haff, sendo dois casos em Belém, seis em Santarém, três em Juruti, um em Trairão e um em Almeirim. Um outro caso que havia sido notificado em Belém foi descartado, pelo Laboratório Central do Estado (Lacen-PA) após amostra ter dado positiva para leptospirose.
Os exames sanguíneos e de urina dos casos suspeitos foram encaminhados, por meio do Laboratório Central do Estado do Pará (Lacen), para laboratório de referência e não há ainda previsão de resultado. Nenhum caso foi confirmado até o momento.
A doença é causada pela ingestão de pescado contaminado por uma toxina capaz de causar necrose muscular, ou seja, a degradação dos músculos. Outros sintomas da doença são decorrentes desse quadro. A síndrome está associada ao consumo de peixes como arabaiana, conhecido como olho de boi, e badejo (veja vídeo acima).
A forma como o animal é contaminado pela toxina que provoca a doença, no entanto, não é consenso entre especialistas. Alguns infectologistas dizem que a toxina é gerada pelo mau acondicionamento do pescado, mas outros afirmam que a toxina vem de algas consumidas pelo animal.