O estado do Pará está investigando um possível caso de paralisia infantil em uma criança de 3 anos. O vírus da poliomielite foi identificado nas fezes do infante, mas a Secretaria de Saúde do estado (SESPA) alerta que outras hipóteses de diagnóstico ainda estão sendo estudadas.
Um documento de Comunicação de Risco foi emitido pelo Centro de Informações Estratégicas em Vigilância da Saúde (CIEVS), detalhando o achado do poliovírus: a criança testou para o Sabin Like 3, mais especificamente. Entre outras doenças ainda sendo investigadas estão a Síndrome de Guillain-Barré, uma doença autoimune que também pode levar à paralisia dos membros.
O caso ocorreu no munício de Santo Antônio do Tauá, no interior do Pará. O menino de 3 anos apresentou sintomas de febre, dor muscular, mialgia e paralisia flácida aguda (PFA) no último dia 21 de agosto. Após algumas semanas, o paciente perdeu a força nos membros inferiores e se tornou impossível ficar em pé.
No dia 16 de setembro, a amostra de fezes foi coletada e encaminhada ao Laboratório de Referência do Instituto Evandro Chagas, que emitiu o resultado positivo para o vírus apenas na última terça-feira (4). A baixa cobertura vacinal tem sido motivo de alerta no Brasil: institutos como o Fiocruz têm falado sobre o tema já há alguns meses. A doença era considerada erradicada desde 1989.
O país não alcança a meta de imunizar 95% do público-alvo desde 2015, composto basicamente por crianças. Este seria o patamar necessário para que a população seja considerada protegida contra a doença, que pode levar a sequelas permanentes e até morte. No Brasil, cinco doses do imunizante são distribuídas gratuitamente no Sistema Único de Saúde (SUS). Ele pode ser administrado por vacina injetável, aplicada aos 2, 4 e 6 meses ou vacina oral (gotinha), aplicada aos 4 e 5 anos.