O maior destaque do Brasil nas Olimpíadas de Tóquio 2020, Rebeca Andrade parece que não está a fim de politizar suas conquistas. Ao trazer uma medalha de prata no individual geral da ginástica artística e um ouro no salto, a brasileira chamou atenção da grande mídia e, com isso, inevitavelmente, vieram perguntas de cunho político e identitário.
Em uma entrevista coletiva em Tóquio, a ginasta comentou sobre a repercussão da música Baile de Favela, escolhida para a apresentação dela no solo que rendeu a prata para o Brasil. De acordo com ela, foi uma surpresa do coreógrafo da seleção, Rhony Ferreira, uma vez que ela cogitava usar uma música da Beyoncé.
“Foi uma surpresa do meu coreógrafo. Ele veio com essa música, e aí a gente fez essa coreografia juntos. Foi incrível. Foi uma surpresa mesmo. Não foi uma ideia minha, mas eu adorei. De início, estranhei porque estava saindo da Beyoncé, de quem sou superfã, mas depois me acostumei com a música. Vocês me olham no solo, e olham a música; é a minha cara, não tem como negar”, disse a ginasta.
Rebeca não esqueceu de exaltar outras grandes ginastas e representantes das mulheres negras, entretanto, afirmou que enquanto mulher negra, ela representa “todas as cores”.
“Eu sou preta e vou representar todo mundo. Preto, branco, pardo, todas as cores, verde, azul e amarelo. No esporte não tem que ter isso. Você tem que representar todo mundo. As pessoas se espelham em você, querem ser parecidas com você. Você faz o melhor para si e para os outros. Eu acredito que tenha feito isso hoje, trazendo minha música para cá e fazendo tudo que fiz”, declarou.
A fala de Rebeca repercutiu as redes sociais, sobretudo no Twitter, com internautas aprovando a posição dela e ironizando que a ginasta seria “cancelada” pelos “lacradores”.