A Amazônia alcançou em 2024 o maior número de focos de incêndio registrados no século, totalizando 140.328 ocorrências, segundo dados do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe). Este é o maior índice desde 2007, quando 186.463 queimadas foram contabilizadas – também sob a gestão de Marina Silva como ministra do Meio Ambiente, durante o governo Lula.
A gravidade da situação foi intensificada pela seca mais severa dos últimos 74 anos, agravada pelas mudanças climáticas. Ainda assim, 2024 figura entre os cinco anos com maior incidência de queimadas, todos registrados durante gestões de Marina Silva, que ocupa o cargo pela segunda vez desde janeiro de 2023.
Ação governamental e críticas
Em resposta ao aumento das queimadas, o governo federal reconheceu a limitação na contenção dos incêndios. Em setembro, a ministra Marina Silva afirmou que muitos focos de fogo tinham origem criminosa e anunciou o fortalecimento da Política Nacional de Manejo Integrado do Fogo para 2025. A iniciativa busca articular esforços entre estados e municípios para respostas mais eficazes aos incêndios.
No entanto, a atuação de Marina foi alvo de críticas, principalmente pela mudança de discurso em comparação ao período do governo Bolsonaro, quando a ministra era uma ferrenha opositora das políticas ambientais da época.
Queda no desmatamento
Apesar do recorde de queimadas, o desmatamento apresentou um cenário mais positivo. Dados do Prodes indicam que a área desmatada na Amazônia foi reduzida em 25,7% em 2024, totalizando 6.288 km² – o menor índice dos últimos nove anos. A meta do governo Lula é alcançar o desmatamento zero na Amazônia até 2030, com Belém como sede da COP30, evento climático global que ocorrerá em novembro deste ano.
Medidas emergenciais
Em dezembro, o governo publicou uma Medida Provisória que liberou R$ 233,2 milhões para atender a população afetada pelos incêndios e pela estiagem. Os recursos incluem:
- R$ 118 milhões para o fortalecimento da logística de combate ao fogo e fiscalização ambiental.
- R$ 5,1 milhões para a ampliação dos Sistemas de Alerta Hidrológico na Amazônia, mitigando os efeitos da crise hídrica.



