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Sindicato dos Jornalistas faz manifestação contra descaso dos grupos de comunicação do Pará

Belém (PA) – O Sindicato dos Jornalistas do Pará (Sinjor-PA) promove nesta manhã de sexta-feira, 20, uma manifestação em frente à TV Liberal. Todos estão vestidos de preto, novamente em defesa dos salários da categoria. Após várias tentativas infrutíferas, os jornalistas decidiram ir para às ruas. O Sinjor-PA afirma que não aceitará mais o rebaixamento dos salários e dos direitos da categoria. “Os jornalistas querem todas as perdas salariais”, enfatizou.

Faixa em frente à TV Liberal

O Sindicato de Jornalistas no Estado do Pará (SINJOR-PA) respondeu, publicamente, na quinta-feira, 19, responder às mensagens do Sindicato das Empresas de Rádio e Televisão do Estado do Pará (Sertep) e ao grupo Liberal que circulam nos grupos de WhatsApp da categoria.

Desde o ano passado (2021), a nova gestão do Sinjor-PA, Sempre na Luta vem buscando as empresas individualmente, aquelas que tinham acordos coletivos com a entidade, casos do grupo Liberal, Funtelpa e grupo Diário/RBA, e o sindicato patronal para negociar a assinatura de uma nova convenção coletiva e as outras empresas de Rádio e Televisão para repor as perdas salariais da categoria que, no período de 2018 a 2021, ultrapassavam 14%.

RBA, Fundação Nazaré e Roma News – Além do grupo Liberal, as negociações salariais não avançam também no grupo RBA, que engloba o jornal Diário do Pará, o portal DOL e a RBA TV. Esse grupo paga ainda menos que o grupo Liberal.

Na Fundação Nazaré, do grupo católico homônimo, não é permitida a entrada de membros do Sinjor-PA para conversar com os jornalistas e eles usam a artimanha de contratar jornalistas para a TV Nazaré como se fossem radialistas da Rádio Nazaré para assim pagar um salário menor.

Já o portal Roma News não paga os salários dos jornalistas em dia. É comum por lá, os jornalistas ficaram sem salário por um bom tempo durante o mês.

Jornalista Vito Gemaque, presidente do Sinjor-PA, presente à manifestação em frente à TV Liberal

O que pedem o jornalistas – Após algumas reuniões, a proposta final da Sertep foi apenas 5,5% de reajuste. Proposta indecorosa, abaixo da inflação do ano passado. De acordo com o Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC) somente de 2020/2021 a inflação somou 7,11%.Além dos 5,5%, o sindicato dos patrões ainda quis mudar o mês da data-base para agosto, para assim não pagar os retroativos referentes aos meses de abril, maio, junho e julho; conceder um abono somente uma vez no ano para os trabalhadores; e reajuste do piso da categoria para R$ 1.650. Sem conceder nem ao menos a inflação de 2021, com uma armadilha para os jornalistas, o Sertep ainda enviou e-mail dizendo que “todas as perdas até 1 de agosto de 2021 serão consideradas quitadas”.

Em Assembleia Geral, no final do ano passado, os jornalistas do Pará não aceitaram a proposta e decidiram pedir intermediação do Ministério Público do Trabalho do Pará e Amapá (MPT-PA AP). A categoria aguarda agora mediação pelo MPT junto à Sertep.

Neste ano, os patrões insistem em quitar todas as perdas salariais (2018, 2019, 2020, 2021 e 2022) com apenas 5,5%. Somente no último ano de abril de 2021 a abril de 2022 alcançou 12%.Essa prática costumeira do Sindicato das Empresas de Rádio e Televisão do Pará (Sertep) em acumular perdas ao longo dos anos para negociar parte do percentual repete-se nas negociações, o que vem empobrecendo a categoria e reduz o piso a inconcebíveis R$ 1.500.

O piso do Sertep está somente R$ 288 acima do salário mínimo, e muito distante do que é recomendado pelo Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese) para os trabalhadores que é de R$ 6.394,76. A atual proposta da Sertep de 5,5% está longe de representar reposição das perdas e muito menos um aumento efetivo do poder de compra da categoria.

Grupo Liberal – Ao longo dos últimos meses, o grupo Liberal não respondeu as insistentes tentativas do SINJOR para uma contraproposta. Mesmo após uma reunião com a advogada do Grupo, e outro encontro com o presidente do conglomerado, Ronaldo Maiorana, que prometeu realizar um estudo de viabilidade financeira para conceder um reajuste digno para a categoria, o grupo se calou.

Sem nenhuma resposta, e com a suspeita de que haveria intenção do Grupo em desmembrar os jornalistas da TV Liberal e Rádio Liberal do Acordo Coletivo específico para seguir as regras da Convenção Coletiva da Sertep, com menos direitos e salário reduzido, o SINJOR buscou mediação do Ministério Público do Trabalho (MPT).

Somente após intimação do MPT, no último dia 9 de maio, os advogados do grupo Liberal explicitaram que a proposta era a mesma do Sertep de 5,5%. Os advogados informaram que não poderiam “dar tratamento desigual para os jornalistas”, ou seja, o reajuste de 5,5% seria para todos os jornalistas do grupo impresso, portais, televisão e rádios. Fato que se confirmou na véspera do ato convocado pelo Sinjor-PA em frente à TV Liberal, para esta sexta-feira, dia 20, quando o conglomerado divulgou uma nota aos jornalistas informando que está concedendo aumento de 5,5%, como “adiantamento de maio de 2022”. A empresa ainda divulgou que a “decisão se deu em razão das dificuldades na negociação coletiva desta categoria”.

O grupo Liberal e a Sertep querem esquecer o total de 26% de reajuste que devem aos jornalistas. Faltam ainda 21% de perdas salariais. O Grupo ainda “esquece” de seguir a Lei Trabalhista ao não pagar as horas-extras dos jornalistas, já que não há acordo coletivo com a categoria. Além de ter suspendido as progressões de carreira desde 2018 para os jornalistas após dois anos de casa. O Grupo Liberal esquece de dizer que o Sinjor-PA está há um ano tentando negociar.

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