POLÍTICA

Servidor que denunciou Bolsonaro e Wassef ao STF é filiado a partido de oposição

O servidor federal Carlos Eduardo Silva Duarte, que denunciou o advogado Frederick Wassef e o presidente Jair Bolsonaro ao Supremo Tribunal Federal por supostas irregularidades envolvendo a concessão do aeroporto de Viracopos, em Campinas, é filiado ao PSOL do Distrito Federal, conforme apurou VEJA nesta sexta-feira, 18,  em pesquisa no Tribunal Superior Eleitoral (TSE).

Duarte é funcionário concursado da Embratur (Empresa Brasileira de Turismo), mas estava cedido ao Cade (Conselho Administrativo de Defesa Econômica) quando encaminhou uma petição ao STF pedindo a a apuração dos supostos crimes de tráfico de influência, corrupção ativa e ocultação de recursos provenientes de infração penal por parte de Wassef, e dos crimes de advocacia administrativa e corrupção passiva por parte de Bolsonaro. O motivo é o fato de Wassef ter sido contratado para atuar em defesa da Triunfo, concessionária do Aeroporto de Viracopos, que quer promover uma repactuação dos termos da concessão do terminal. Wassef se encontrou com Bolsonaro um dia antes de o presidente receber a direção da Triunfo.

Em entrevista a VEJA, Wassef criticou a atuação de Duarte, sem citar o seu nome, e disse que é vítima de uma conspiração. “Plantaram um indivíduo que eu sei que é funcionário público federal de Brasília e lotado na Embratur e que foi cedido para o Cade agora. Não atua como advogado de forma permanente. Essa pessoa foi usada, entregaram uma peça pronta e o usaram nessa prática de denunciação caluniosa. Sabendo de minha inocência, provocaram a máquina pública para iniciar uma investigação, matéria que foi amplamente divulgada. Uma campanha difamatória para tentar me desqualificar e transformar o advogado numa pessoa que pratica atos ilícitos. Qual é o problema de ser advogado de Viracopos? Estou exercendo a minha profissão. Não tem nenhum fato contra mim”, afirmou.

Após a entrevista de Wassef, Duarte perdeu o posto que exercia na Procuradoria do Cade, onde atuava como apoio administrativo – como é servidor concursado, ele terá a opção agora de assumir outra função no órgão ou voltar para a Embratur. Segundo a uma fonte do Cade, a medida foi tomada em razão da improdutividade do servidor.

Duarte disse ao site Metrópoles que fez a denúncia como advogado – ele tem inscrição normal na OAB (Ordem dos Advogados do Brasil) – e como cidadão e que a iniciativa não teve qualquer conotação política. A reportagem de VEJA está tentando falar com Duarte e com a direção do PSOL.

Em parecer encaminhado ao STF, o procurador-geral da República, Augusto Aras, diz que o órgão abriu uma investigação preliminar e que, “na eventualidade de surgirem indícios sufcientes de uma possível prática ilícita pelos ora representados, será providenciada a instauração de inquérito perante esse Supremo Tribunal Federal”. Assim, ele pede o arquivamento da petição “em razão do esgotamento do seu objeto”. O ministro Ricardo Lewandowski, relator do caso, ainda não se manifestou sobre o pedido

Fonte VEJA

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