Coluna

Será que Edmilson aprendeu a diferença entre público e privado?

Por Eduardo Cunha

O primeiro ato do governo “democrático” e “do povo” de Ed-50 não foi instituir o programa Renda Mínima, como havia prometido em campanha, mas executar o que parece ser uma prática recorrente nos governos de esquerda recém eleitos no Pará: a Agência Belém, página oficial da Prefeitura de Belém, apagou todas as publicações sobre as obras inauguradas pelo seu antecessor, Zenaldo Coutinho (PSDB). O governo Ana Júlia Carepa também fez igual em relação ao seu sucessor: apagou todo o arquivo de fotos da gestão dela, antes do início do mandato de Simão Jatene, em 2011, na segunda vez em que ele assumiu o Governo do Pará.

Curioso que em seu primeiro discurso na Câmara Municipal, o novo prefeito afirmou que não governa somente para àqueles que o elegeram, mas para toda a população de Belém.

Embora a fala caminhe para um rumo, são os atos que importam, e esses sem dúvida já começaram a se alinhar em direção oposta.

O que talvez Edmilson Rodrigues (PSOL) não tenha entendido, mesmo indo para o seu terceiro mandato como prefeito, é que pelo princípio da impessoalidade (art. 37, caput, da Constituição Federal) as realizações na gestão pública não devem ser atribuídas à pessoa física do agente público, mas à pessoa jurídica estatal a que estiver ligado. Ou, seja, as obras inauguradas, não são do Zenaldo, mas sim da Prefeitura de Belém, do povo.

Isso muito me preocupa, porque na época em que foi prefeito, Edmilson travou uma peleja memorável com o então governador Almir Gabriel (PSDB), que entregou um projeto para resolver o problema dos engarrafamentos na época no Entroncamento utilizando como escape a avenida 1º de dezembro [hoje, avenida João Paulo II].

Como todos sabemos, Edmilson impediu a obra como pode. O que se dizia na época era que o prefeito temia, que com a obra, Almir Gabriel lhe ofuscasse.  

Deu no que deu. Agora temos esse BRT aí. 

Não duvido nada que a praça do Carmo, a Waldemar Henrique, a Batista Campos, o palacete Bolonha e outras obras, com o passar do tempo, caiam no slogan “Edmilson fez”.

Propaganda do PSOL – Se não bastasse apagar as publicações sobre as obras do governo passado, a Agência Belém, fazendo uma tremenda confusão entre coisa pública e coisa privada, achou por bem, logo em seu primeiro dia, fazer propaganda para o PSOL nacional, partido do prefeito Edmilson Rodrigues.

Vele lembrar que os profissionais que trabalham na página são funcionários públicos pagos com o meu e o seu dinheiro e que o site foi feito para divulgar apenas e tão-somente as obras, projetos, serviços que envolvam a Prefeitura de Belém. 

A matéria de marketing do partido tinha a seguinte manchete “Belém é vitrine da esquerda no País, diz presidente nacional do PSOL”

Reportagem na Agência Belém fazendo propaganda do PSOL nacional

Ora, por que meu dinheiro tem que pagar propaganda do PSOL?

Poucos meses atrás, em plena campanha, a Agência Pará divulgou despudoradamente propaganda de campanha do primo do governador, José Priante (MDB). Usando uma desculpa recorrente do próprio governador Helder Barbalho afirmou ter sido hackeada.

Será que amanhã veremos a Agência Belém “hakeada” gritando “Lula Livre”?

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