
O senador amazonense Plínio Valério parece ter tempo de sobra para opinar sobre assuntos que não lhe dizem respeito. Sua recente crítica à construção da Avenida Liberdade, em Belém, demonstra total desconhecimento da realidade da Região Metropolitana da capital paraense e reforça uma postura oportunista, onde tenta comparar obras de contextos completamente distintos para justificar sua agenda política.
A Avenida Liberdade não tem qualquer relação com a COP30, evento que será sediado em Belém em 2025. Trata-se de uma via que beneficiará diretamente milhares de trabalhadores que vivem em Marituba, Ananindeua e Benevides, cidades da Região Metropolitana, e enfrentam diariamente o caos do trânsito na BR-316. Com a nova avenida, o tráfego será redistribuído, reduzindo congestionamentos e melhorando significativamente a mobilidade urbana da população que depende do transporte público para chegar ao trabalho.
Diferente do que insinua o senador, a avenida não é uma estrada para “ricos”. Pelo contrário, quem mais será beneficiado são as camadas mais pobres da população, que atualmente gastam horas dentro de ônibus para se deslocar até Belém. O argumento de Plínio Valério, além de desinformado, é desonesto e tenta manipular a opinião pública ao comparar a construção de uma via urbana com o asfaltamento da BR-319, que corta uma das áreas mais preservadas da Amazônia e que, caso pavimentada sem planejamento, pode ampliar o desmatamento na região.
O que causa estranheza é que o senador, ao invés de focar nos problemas do Amazonas — estado que enfrenta graves desafios na saúde, educação e segurança pública —, resolve dar pitaco em obras que não afetam seu eleitorado. Se Plínio Valério realmente se preocupasse com a Amazônia e com o povo da região Norte, deveria discutir soluções eficazes para seu estado, ao invés de atacar uma obra legítima que trará inúmeros benefícios para o Pará.