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Seca extrema no Pará impõe uso de tração animal e transporte a pé para entrega de urnas eleitorais

Tribunal Regional Eleitoral do Pará adota medidas inéditas para garantir votação em regiões isoladas.

A severa seca que atinge o estado do Pará levou o Tribunal Regional Eleitoral (TRE-PA) a organizar uma operação logística especial para a entrega e retirada de urnas nas zonas eleitorais mais afetadas. Com a baixa dos rios e as dificuldades de acesso, o transporte será realizado por tração animal em 24 localidades, além de trajetos a pé por lamaçais, onde há riscos de encontrar cobras e outros animais peçonhentos.

O TRE já possui experiência nesse tipo de operação, especialmente no Arquipélago do Marajó, onde a variação das marés complica o transporte de materiais. Para este ano, a previsão de maré baixa a partir das 17h do domingo de eleições torna o uso de carros de tração animal indispensável para a retirada das urnas. O tribunal utilizará cavalos, bois e búfalos para garantir que o material chegue aos locais de votação em tempo.

Regiões mais afetadas

Os municípios do oeste e sudeste do Pará, como Jacareacanga, Oriximiná, Óbidos e Santarém, são os mais impactados pela seca. Nesses locais, além da tração animal, o transporte de urnas também será feito com motocicletas e embarcações adaptadas para navegar em rios que estão com níveis extremamente baixos. Em algumas áreas, será necessário que os servidores sigam a pé, equipados com botas para atravessar regiões alagadiças, enfrentando lamaçais que abrigam cobras e arraias.

— “Esse tipo de operação já é comum, mas, devido à seca, este ano será mais desafiador. Muitas vezes, as urnas não podem ser transportadas de barco até o destino final e é necessário o uso de animais ou até mesmo o transporte manual”, explicou Felipe Brito, secretário de Tecnologia da Informação do TRE, durante coletiva de imprensa.

Logística ajustada à crise

Em razão das secas e queimadas que afetam a visibilidade no estado, o TRE-PA também realizou mudanças na logística aérea. Aeronaves de maior navegabilidade foram designadas para operar em áreas com visibilidade reduzida pela fumaça. No total, a operação contará com três aviões, seis helicópteros, 894 embarcações e quase 4 mil veículos terrestres, incluindo os de tração animal.

— “A operação foi cuidadosamente planejada para lidar com os desafios da seca, das variações de maré e da fumaça das queimadas”, completou Brito.

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