A cidade de Belterra, no oeste do Pará, acaba de ganhar um reforço significativo para o turismo sustentável e o desenvolvimento local. O Museu de Ciência da Amazônia (MuCA) inaugurou seu restaurante-escola, um espaço que alia capacitação profissional, valorização da gastronomia amazônica e estímulo à economia comunitária. O projeto faz parte das iniciativas preparatórias para a Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas (COP30), que ocorrerá em 2025 e trará discussões fundamentais sobre sustentabilidade e bioeconomia.
Localizado na Casa 1, o restaurante-escola foi batizado como Centro de Cultura Alimentar e tem como principal objetivo capacitar moradores da região para atuar no setor gastronômico, ao mesmo tempo em que fortalece a produção agroflorestal e impulsiona a economia circular. Os ingredientes utilizados nas refeições são cultivados nos “Quintais Agroflorestais de Terra Preta”, uma iniciativa da Escola Agroflorestal do MuCA em parceria com a Earthworm Foundation, que envolve agricultores locais no fornecimento de alimentos frescos e sustentáveis.
A implantação do restaurante-escola representa uma mudança significativa para as comunidades da Floresta Nacional do Tapajós (Flona), onde muitas famílias enfrentam dificuldades para obter alimentos saudáveis e acessíveis. Com a estruturação dos quintais agroflorestais, os produtores locais passam a contar com uma nova fonte de renda, reduzindo a dependência de insumos industrializados e fortalecendo a segurança alimentar da região.
Turismo de experiência e preparação para a COP30
Com um fluxo de mais de 60 mil turistas no último ano, Belterra se consolida como um destino estratégico para o turismo de base comunitária. A cidade aposta na imersão cultural e ambiental como diferencial, oferecendo experiências que unem ciência, história, arquitetura e natureza. Durante a COP30, o MuCA e o Sebrae atuarão juntos para transformar a Casa 1 em um dos principais pontos de visitação, proporcionando aos participantes do evento uma vivência autêntica junto às comunidades locais.
Para Luiz Felipe Moura, coordenador do MuCA, o restaurante-escola é uma ferramenta essencial para transformar Belterra em um modelo de turismo sustentável. “Nosso objetivo é criar um modelo que beneficie diretamente a comunidade, fortalecendo a identidade alimentar amazônica e estimulando a economia local por meio do turismo de experiência”, explica.
O projeto, que prevê três fases de produção nos Quintais Agroflorestais, já apresenta resultados positivos. A primeira família participante do projeto-piloto conseguiu um aumento significativo na renda mensal, demonstrando o potencial do modelo para transformar a realidade socioeconômica da região.
