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Professora da UFPA explica surgimento de ilha debaixo da ponte de Mosqueiro

Em agosto passado o portal parawebnews publicou uma matéria sobre o surgimento de uma “ilha” debaixo da ponte de Mosqueiro, em Belém. A vegetação do local cresce e já pode ser vista por quem passa de carro ou ônibus por cima da ponte, sem precisar se aproximar do parapeito e olhar para baixo.

LEIA MAIS: Ilha “nasce” debaixo da ponte de Mosqueiro

Segundo informações de moradores locais, há anos se forma um banco de areia ali e que fica mais perceptível quando a maré está baixa.

No entanto, o que chama atenção, é que esse banco de areia começa a criar uma vegetação abundante, o que pode, inclusive, ameaçar a estrutura da ponte.

A professora aposentada da Faculdade de Geografia da Universidade Federal do Pará (UFPA), Carmena Ferreira de França, explicou o surgimento da ilha ao portal G1.

“Trata-se de um processo de sedimentação arenosa, favorecida pelo fluxo das correntes de maré, ao longo dos anos. Hoje, a partir da colonização vegetal, a barra se transforma em Ilha porque a vegetação controla o trânsito sedimentar”, explica.

“Há cerca de dois anos, a barra começou a ser colonizada vegetação de mangue. No início da colonização vegetal, havia apenas plantas herbáceas.Depois, as herbáceas passaram a dar lugar às árvores que ora despontam acima da altura da ponte”, completa Carmena.

Segundo a professora, o banco de areia foi estabilizado pela vegetação e agora a tendência da ilha é crescer.

Em relação a preocupação sobre possíveis danos à estrutura da ponte, a professora explica que a vegetação é agente de intemperismo, são capazes de transformar física e quimicamente rochas e materiais de origem antrópica, por isso é preciso realizar um estudo detalhado para saber os efeitos sobre a estrutura da ponte.

“Ao mesmo tempo, a presença da ilha e da vegetação sobre a ilha pode exercer uma função protetora dos pilares da ponte diante das correntes de maré”, finaliza.

“No momento, a ilha tende a aumentar de extensão ou em área e tende também a aumentar a densidade vegetal. Não há, no momento, indicadores de erosão da ilha”, analisa a professora.

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